domingo, 31 de julho de 2022

CUIDADO COM O PROGRESSISMO * Anônimo Latino Americano - VE

CUIDADO COM O PROGRESSISMO


Os progressistas são reacionários e são os portadores de água da direita.

Quando entre 2014 e 2019 foram sitiados por VE, progressistas se agitaram contra Maduro.


Quando eles estavam fazendo a campanha das Fake News contra o 🇰🇵, os progressistas estavam agitando contra Kim Jong Um.


Quando bombardearam 🇸🇾, os liberais não só se calaram como também qualificaram Bashar Al Assad como Ditador.


Quando bombardearam Libia, ficaram em silêncio. Os Yankees progressistas comemoraram Hillary Clinton quando ela disse "nós viemos, viemos e ele morreu" sobre a morte de Gadaffi.


Sempre se agitaram contra 🇨🇺 e 🇳🇮 chamando de ditadura, mas não denunciam bloqueios criminosos.


Nas últimas eleições presidenciais de 🇳🇮 gritaram que havia fraude, assim como a Direita e o Imperialismo. Acusaram de violações de direitos humanos assim como 🇻🇪, mas nunca condenaram os crimes dos guarimbas fascistas.


Progressivas Confraternizadas com a 🇭🇰 revolução das cores para desestabilizar 🇨🇳. Esta revolução foi financiada pelo 🇺🇸.


Eles condenam 🇷🇺 por sua intervenção contra 🇺🇦, porém por 8 anos eles mantiveram silêncio sobre os crimes hediondos cometidos pelos neonazistas contra os russófonos sitiados em Donbass. Eles criminalizam Putin, mas apoiam os Ukronazis.


As teses não são revolucionárias... Suas coreografias, além de ridículas, não são anticapitalistas. Eles confraternizam com os Pusi Ryot, roqueiros russos encapuzados que se opõem a Putin. No entanto, eles apoiaram os neonazistas ucranianos que deram o golpe de estado em 2014 no Euro Maidan, e também apoiaram os guarimbas fascistas da Venezuela. Outros ídolos que seguem confraternizam com os neonazistas ucranianos.


Esta esquerda pós-moderna é financiada pela OPEN Society, uma ONG pertencente ao magnata George Soros. Soros financia uma ONG de direitos humanos chamada Humana Right Watch, que condena VE, CU, NI por violações de direitos humanos, mas permanece em silêncio sobre os massacres de Colômbia e nega que emChile houve uma violação sistemática de direitos humanos durante a explosão social. Também abriu caminho para a invasão de Líbia e abre caminho para uma invasão de Venezuela.


Soros financia ONGs como Pan y Rosas, LGBT, Eart Strike, Parenhooth, e também financia o Partido Democrático do US. Soros busca promover lutas liberais totalmente individualistas que distanciam os povos das lutas revolucionárias, patrióticas, socialistas e reivindicadoras das verdadeiras demandas sociais que buscam superar o capital.


Esta esquerda liberal pós-moderna transforma as lutas coletivas em lutas individualistas e identitárias.


Muito cuidado com essa "Nova Esquerda", esta é a que atualmente governa com Gabriel Boric no leme. Essa esquerda reacionária, pró Yankee, abre caminho para a ultra direita. Essa esquerda é financiada pelas Elites e está crescendo muito rápido, parece inofensiva, mas é muito perigosa.


Esta esquerda não está longe do trotskismo, que também é reacionário e pró-imperialista, só que o trotskismo se disfarça de revolucionário. 

Passa da hora organizar e construir uma verdadeira esquerda.


COLÔMBIA: ELITES PODER DOMINAÇÃO * CAPAZ.COL

COLÔMBIA: ELITES PODER DOMINAÇÃO


CAPAZ.COL

Pérolas Geopolíticas * El Zorro - VE

 Pérolas Geopolíticas

EL ZORRO.VE


A inflação na "Zona do Euro" atingiu um novo recorde com 8,9%. Em alguns países, como a Letônia, chega a 20% e em outros 7%, como a França. É o mais alto da história. JPMorgan e Goldman Sachs argumentam que a Europa caminha para uma recessão, um desastre autoinfligido...


Macron acusa a Rússia de ser "uma das últimas potências coloniais"; Outro seguro é a França, que extrai urânio do Níger, onde mais de 80% dos habitantes não têm eletricidade, ou que tem a quarta reserva mundial de ouro graças às 50 minas do Mali, país em extrema pobreza! Mas os colonialistas são outros….


DEPOIS DE SÉCULOS de dominação e subjugação colonialista da Europa sobre a África, Macron viaja ao Continente Negro com a intenção de nada mais nada menos que assustar os africanos com a voracidade dos impérios.Ele não poderia enviar outra pessoa, como Biden faz com a OTAN? ...


Pelosi voa para o Pacífico apesar dos avisos. A China fechou o espaço aéreo sobre o Estreito de Taiwan para exercício. Aviões dos EUA voam perto da ilha, Taiwan mobiliza meios antiaéreos. Os EUA jogam desesperadamente sua última carta imperial e pode dar muito errado...


100% do gás que chegou à Letônia veio da Rússia, às 07:00 passou de 100% para 0%, Gasprom fechou a torneira para não pagos rublos para a empresa... se você não pagar, não há gás! 


Assim, a Letônia cumpre seus planos de abandonar o "maldito combustível russo"... 


Esta é a falsa soberania espanhola. A empresa espanhola Repsol retomou seu acordo petrolífero com a Venezuela comprando 3 milhões de barris de petróleo venezuelano porque os EUA a deixaram devido à crise energética. Os Yankees decidem quando e com quem a Espanha pode negociar...


Usar Taiwan para confrontar a China... isso me soa familiar!? certamente também Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Austrália e outros imporão suas sanções masoquistas contra a "Terrível Invasão Chinesa"... como tirado do manual ucraniano!!...


Em suma, Taiwan pode ser a Ucrânia da Ásia; A China realizou exercícios militares no Estreito de Taiwan (China Tapei) e os EUA, em resposta, enviaram um porta-aviões para o Mar da China Meridional. Tudo por causa da possível visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, a Taiwan....


O que ainda resta, é como se alguém tentasse enfiar um pau em um favo de abelhas africanas e depois de ser picado, diz que é culpa das abelhas.


Até agora essas pérolas de análise geopolítica.


Com o Z sempre.


The Fox.VE

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A contraproducente construção do comunismo como inimigo dos Estados Unidos e da liberdade * Rolando Prudencio Briancon/Advogado/Bolívia

 A contraproducente construção do comunismo como inimigo dos Estados Unidos e da liberdade


Um dos erros capitais da potência capitalista do Norte (EUA), foi jogar sozinho após a queda da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), assumindo que este fato foi o triunfo final e inapelável dos EUA, como um farol de liberdade e democracia para a humanidade.


E é que esse "triunfo" se baseou inicialmente na bastardia desse truque de permitir que os EUA se estabelecessem como vencedores da Segunda Guerra Mundial, quando era a ex-URSS, a nação que pagou pela vida de mais de 20 milhões! Os soldados não reivindicaram nenhum prêmio para si.


Por outro lado, os Estados Unidos, além de cometerem essa desonesta distorção histórica, quando a ex-URSS desmoronou na década de 1990, os Estados Unidos anunciaram altivamente o "fim da história", em que seu ideólogo Francis Fukuyama expôs a tese de que: " A história, como luta de ideologias, terminou, com um mundo final baseado em uma democracia liberal que se impôs após o fim da Guerra Fria."


Depois desse acontecimento, os EUA atacaram com toda a animosidade contra o seu adversário antagónico, como se em primeiro lugar a ex-URSS, como qualquer outra nação do mundo, fosse negada; e quando seu direito à livre autodeterminação de optar soberanamente pelo sistema político que julgava conveniente, como o comunismo, foi censurado. Uma censura semelhante à que hoje, e há 63 anos, é exercida contra Cuba pelos Estados Unidos, repetiu mais uma vez o mesmo vício visceral contra o comunismo.


Mas não contente em competir contra ambas as nações durante a Guerra Fria, o punho de ferro contra qualquer outra nação que ousasse seguir os passos de Cuba, ou a ex-URSS à margem do que considerava e ainda considera seu quintal, dignificar viver para se arrepender.


Foi assim que desencadeou a sangrenta cruzada continental do Plano Condor em vários países sul-americanos através de golpes militares executados para acertar a mão dos comunistas vermelhos.


É assim que atesta o ex-chefe da CIA James Woosley, ao ser questionado por um jornalista americano se: "Já interferimos em eleições estrangeiras? Provavelmente sim, mas por um bom propósito, para que os comunistas não cheguem ao poder", assegurou.


Isso quer dizer que os EUA agiram com base em quê; mais do que como realidade tornaram-se uma ameaça, um espectro do comunismo, e que apesar do colapso da ex-URSS, bem como do mais infame bloqueio contra Cuba, promovido desproporcionalmente pelo poder do norte, como todos os anos A ONU demonstra a desobediência do resto dos países -exceto Israel- às sanções anacrônicas e inadequadas contra Cuba, a "ameaça" do comunismo nunca se materializou.


Esses casos já deveriam ter sido motivo para os governantes dos EUA perceberem que essa fixação anticomunista não passava de uma ficção febril, e que contraproducentemente os fazia perder de vista o fato de que outras potências, e que não são comunistas, mas anti-imperialistas, foram ganhando mais protagonismo e gravitação como tal, na medida em que essa unipolaridade como potência dos EUA, vem reconfigurando as relações entre as potências em direção à multipolaridade da Ordem Mundial.


Assim, hoje essa construção do comunismo como inimigo da liberdade e da democracia permaneceu mais como um discurso vazio e vazio do que como uma realidade, pois nem a Rússia, nem a China, nem o Irã, nem a Índia, nem qualquer outra potência do mundo não precisamente comunistas hoje estão no mesmo nível que os poderes. Certamente a única nação que nem sequer é comunista, mas sim socialista, é Cuba, e esse é um inimigo ao qual os Estados Unidos dedicaram inteiramente sua fobia comunista, quando outros países, sem serem nem remotamente comunistas, hoje lhe disputam na condição de potência.


Rolando Prudencio Briancon/Advogado/Bolívia

sábado, 30 de julho de 2022

Da desnazificação à descolonização * Rolando Prudencio Briancon/Advogado/Bolívia

 Da desnazificação à descolonização:

Putin em outra cruzada por uma Nova Ordem Mundial

NAZISMO
NAZISMO I
NAZISMO II
NAZISMO III
*

Um momento importante como um desafio transformador Putin foi colocado de costas novamente, o mesmo que nada mais é do que a confirmação de que a atual Ordem Mundial é, no mínimo, apócrifa e anacrônica.


É apócrifo na medida em que foi construído após a Segunda Guerra Mundial, e com base em uma mentira monumental como a falsificação da história, mostrando os Estados Unidos como o vencedor dela, negando cinicamente que o verdadeiro vencedor fosse a ex-URSS , que ofereceu a vida de mais de 20 milhões de soldados para derrubar a do nazismo.


A Rússia até hoje não reivindicou os direitos autorais desse plágio vergonhoso, porque entendeu que era para salvar a humanidade do nazismo, então o fez sem esperar nenhum reconhecimento. É claro que, diante do ressurgimento do neonazismo na Ucrânia, a Rússia não vai parar de fazer o que fez contra o nazismo há mais de 70 anos.


E é quando essa responsabilidade histórica é assumida com essa integridade ética, que os desafios para a humanidade devem ser aprofundados, assim como hoje a Rússia assumiu o desafio de também descolonizar o que a Ordem Mundial não conseguiu fazer. está de olho na descolonização da África.


Foi o responsável pela política externa russa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, que transmitiu a preocupação do Kremlin com esta realidade, salientando: "Infelizmente, os vestígios da política do colonialismo são evidentes nas políticas de os países quando exigem que o mundo inteiro se posicione a seu favor e contra o resto dos países", durante a coletiva de imprensa após as conversas com seu colega ugandense, Sam Kutesa, e o presidente da nação, Yoweri Museveni.


Esta nuance colonial a que alude Lavrov é o papel de patrono que as potências ocidentais assumiram quando obrigaram outros países a condenar a decisão da Rússia de iniciar a Operação Militar Especial nas Dombas para acabar com os neonazistas e impedir que a OTAN continue a cercam a Rússia.


Foi neste sentido que Lavrov elogiou o governo do país africano pela sua recusa em tomar partido no conflito ucraniano, sublinhando que entendiam que as referidas crises “não têm nada a ver” com a operação militar especial na Ucrânia.


Foi assim que Yoweri Museveni também esclareceu que Uganda busca uma cooperação mais estreita com a Rússia e se recusa a combater "os inimigos dos outros", aludindo à imagem que a Rússia tentou mostrar; como esclareceu durante uma conferência de imprensa conjunta com o chanceler russo, Sergei Lavrov, realizada esta terça-feira na cidade de Entebbe.


"Queremos negociar com a Rússia e queremos negociar com todos os países do mundo. Não acreditamos em ser inimigos do inimigo de alguém. Queremos criar nossos próprios inimigos, não lutar contra os inimigos dos outros. Este é o nosso doutrina", disse o presidente.


Além disso, o líder ugandense destacou que a Rússia, e anteriormente a União Soviética, têm apoiado Uganda e o movimento anticolonial africano "nos últimos cem anos" e nunca causaram nenhum dano ao país. Destacando a riqueza dos recursos naturais de sua nação, Museveni enfatizou que espera que Uganda possa aumentar ainda mais a cooperação com Moscou em áreas como ciência espacial, energia nuclear, medicina e alimentos.


O líder ugandense falou a esse respeito, observando: “Saudamos esses países que, como a Rússia, estão gerenciando o aspecto da opressão do homem pela natureza, mitigando o sofrimento do homem nas mãos da natureza, controlando enchentes, doenças, etc. ", disse o presidente, ressaltando que se um país progride é um benefício para outras nações. "Esta é a maneira correta de entender o progresso de toda a raça humana", acrescentou.


O líder ugandês afirmou que onde houve progresso e estabilidade na Rússia, também houve progresso para Uganda, pois isso permitiu mais comércio e cooperação com a Rússia em várias áreas. "É isso que estamos procurando. Uma cooperação benéfica para todos no mundo", disse ele, acrescentando que rejeita a ideia de rivalidade entre países.


E é que a Rússia é uma nação que não tem medo de desafios, por mais desmoralizantes e desmotivadores que sejam; ou, em todo caso, é o que motiva e eleva o moral do povo russo para lutar contra a ordem opressora; seja o que for, e por isso é que hoje assumiu um desafio maior como a desnazificação e a descolonização para construir uma nova ordem mundial mais justa e fraterna. 


Rolando Prudencio Briancon/Advogado/Bolívia

sexta-feira, 29 de julho de 2022

NACIONALIZAÇÃO É PATRIMÔNIO DO POVO BOLIVIANO * Movimento Ao Socialismo/MAS-Bolívia

NACIONALIZAÇÃO É PATRIMÔNIO DO POVO BOLIVIANO

Governantes de mentalidade colonial e antinacionais subordinados às transnacionais, como Paz Estenssoro, Jaime Paz Zamora, Gonzalo Sánchez de Lozada, Hugo Banzer Suárez, Tuto Quiroga e Carlos Mesa, aplicaram um modelo neoliberal entre 1985 e 2005, que saqueou sistematicamente os recursos naturais estratégicos da Bolívia. A direita neoliberal gerou modelos predatórios de corrupção que levaram as empresas estatais à falência "artificial" e, diante do dilema de combater a corrupção ou privatizar, optaram pela última sob o pretexto de que o Estado nunca será um bom administrador.

O resultado dessa desapropriação neoliberal de 20 anos foi a transferência de 157 empresas públicas, ativos da República da Bolívia, para mãos privadas e a alienação de nossos RECURSOS NATURAIS que apareciam com valor zero em contratos de arrendamento, risco compartilhado, concessão e contratos de licença em favor de capitais privados, sem contar a desestruturação dos aparelhos produtivos locais (fechamento, liquidação, venda de empresas departamentais). A privatização da COMIBOL e da Empresa Metalúrgica de Vinto (EMV) e outras empresas estatais foi financiada com mais de 147 milhões de dólares em empréstimos externos.

Las empresas estatales estratégicas como YPFB, ENDE, ENTEL, ENFE y LAB fueron transferidas a capitales privados bajo el eufemismo de “capitalización”, el más grande engaño neoliberal que entregó la propiedad de los recursos naturales a las transnacionales, algunas de las cuales los ofertaron na Bolsa. A fundição Vinto e as mineradoras Colquiri e Bolívar foram entregues em 1993 sob a figura de Risco Compartilhado e arrendadas à empresa COMSUR de Gonzalo Sánchez de Lozada.

O processo de alienação dessas cinco empresas estatais estratégicas capitalizadas custou US$ 297 milhões financiados com créditos, doações de organismos internacionais e pagamentos do Tesouro Geral da Nação ao então chamado Ministério da Capitalização.[1]

Em 2018, um cálculo da Comissão Mista Especial de Investigação de Privatização e Capitalização da Assembleia Legislativa Plurinacional determinou que os danos à economia boliviana decorrentes da privatização e capitalização de empresas estratégicas

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realizadas desde 1985 pelos governos neoliberais atingiram mais de US$ 9.000 milhões, o que representaria US$ nós. 22 bilhões hoje.

Os dados foram confirmados por um estudo da CELAG, em 2019, que estimou que “a Bolívia teria parado de criar riqueza econômica de até US$ nós. 74.000 milhões por não ter posto em prática uma política soberana e efetiva de nacionalização dos diferentes setores estratégicos”[2].

Tal imoralidade dos governos neoliberais e venalidade dos atos de Gonzalo Sánchez de Lozada, Hugo Banzer, Tuto Quiroga e Carlos Mesa etc., levaram o povo boliviano a acusar esses personagens de Traição contra a Pátria e iniciar uma luta de resistência e avançar com as mobilizações indígenas do Altiplano, em 2000, dos cocaleiros do Trópico de Cochabamba, e com as guerras de água e gás que marcaram com sangue a rota da Agenda de Outubro após a fuga de Gonzalo Sánchez de Lozada para os Estados Unidos e a convocação de novas eleições com dois mandatos essenciais: Assembleia Constituinte e Nacionalização de Hidrocarbonetos que o MAS-IPSP, liderado pelo irmão Evo Morales, passou a honrar quando chegou ao governo.

Com efeito, cumprindo a Agenda de Outubro, poucos meses após a sua posse, o governo do Presidente Evo Morales nacionalizou os hidrocarbonetos em 2006 e iniciou um vigoroso processo de recuperação de empresas estratégicas com a nacionalização da Empresa Metalúrgica Vinto, 2007, Empresa de Telecomunicações (Entel) em 2008 e da electricidade , companhias aéreas e de serviços básicos entre 2010 e 2012. Ainda estão pendentes importantes tarefas de nacionalização no setor de mineração.

Desde 2006, a nacionalização cumpriu seus objetivos de recuperar a propriedade dos recursos estratégicos para o povo, estabelecer soberania e redistribuir renda com as seguintes conquistas:

● Os recursos econômicos gerados pela nacionalização passaram, apenas em receitas petrolíferas de US$ 3.000 milhões em 20 anos de neoliberalismo em $us. 50.000 milhões em 16 anos de nacionalização, foram a base material para a Bolívia tomar decisões de política interna com soberania; transformar o Estado de forma independente, lançar um novo modelo econômico produtivo

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que tirou três milhões de pessoas da pobreza e aplicar políticas sociais de vínculo e renda para mais da metade da população. ● O país recuperou a dignidade em torno da gestão e administração dos recursos naturais e empresas públicas, antes nas mãos de transnacionais estrangeiras que não respeitavam o povo ou suas autoridades ou limitavam seus direitos ao atender apenas algumas regiões. A nacionalização da ENTEL, por exemplo, deu acesso à comunicação como um direito humano a todas as pessoas. Com a nacionalização das Empresas Elétricas, hoje subsidiárias da ENDE, a geração de eletricidade passou de 700 MW para mais de 3.000 MW com o uso de energias alternativas, enquanto a cobertura elétrica no meio rural passou de 30% para mais de 70% em menos de 15 anos. Da mesma forma, a Bolívia avançou na industrialização de gás com a planta de separação de líquidos “Carlos Villegas”, no Gran Chaco, Tarija, que produz GLP para exportação, e no projeto petroquímico com a planta de uréia e amônia em Bulo Bulo, Cochabamba, para a produção de fertilizantes tão escassos hoje em todo o mundo.

● Iniciamos, com firme decisão política, o projeto de industrialização do lítio, protegendo as reservas da ganância e boicote das transnacionais. ● Recuperação histórica da soberania nas decisões de política interna sobre projetos de desenvolvimento que beneficiem o país.

Todas essas conquistas foram possibilitadas pela unidade e pela luta histórica do povo boliviano, à qual se soma a coragem e a visão política do líder histórico Evo Morales que, como no caso da nacionalização dos hidrocarbonetos, definiu metas que inicialmente pareciam inatingível para os técnicos mais experientes.

Os atuais detratores da nacionalização são os autores e cúmplices criminosos do roubo, do golpe de privatização, da maior mentira chamada capitalização e da maior traição de ontem ao país. Hoje desafiamos esses traficantes a demonstrar com evidência que as 157 privatizações não foram realizadas intencionalmente e que suas fortunas pessoais não cresceram com os benefícios dessas privatizações. A lista de empresas aparece detalhadamente no relatório da referida Comissão Legislativa Mista.

A nacionalização foi consagrada na Quarta Parte, Título II da Constituição Política do Estado, pelo que é um dever patriótico defendê-la. Rejeitamos, portanto, as tentativas diretas ou veladas de desnacionalização ou privatização, via

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contratos de serviço ou qualquer outra nova modalidade que os setores antipaís buscam.

Hoje, junto com todo o povo boliviano, os ex-ministros do governo MAS-IPSP, nos orgulhamos da nacionalização liderada por Evo Morales, que honrou a luta do povo boliviano, cumpriu integralmente a Agenda de Outubro e gerou a base do o Modelo Económico, Social, Comunitário e Produtivo que temos implementado com sucesso desde 2006.

A nacionalização é o património do povo, o orgulho soberano, a esperança e o verdadeiro caminho para a nossa libertação, e vamos defendê-la sem qualquer hesitação.

Viva o processo de mudança e nosso líder histórico Evo Morales Ayma! Viva o nosso governo MAS-IPSP!

EX-MINISTROS DO GOVERNO DE EVO MORALES:

Roberto Aguilar
Noel Aguirre
Wilma Alanoca
Nemesia Achacollo
Rafael Alarcón
Patricia Ballivián
Ariana Campero
Iván Canelas
Manuel Canelas
Milton Claros
César Cocarico
Guillermo Dalence
Amanda Dávila
Walter Delgadillo
Alberto Echazú
Alex Gálvez
Pablo Groux

La Paz, 27 de março de 2022

Mario Guillén
Nila Heredia
Héctor Hinojosa José Kinn
Sacha Llorenti Marko Machicao René Martínez Hugo Moldiz
Mabel Monje
Gabriela Montaño Teresa Morales Alexandra Moreira César Navarro Carlos Ortuño Claudia Peña
José Pimentel Mariana Prado
Juan Ramón Quintana Alfredo Rada
Verónica Ramos
Susana Rivero
Antonia Rodríguez Casimira Rodríguez Carlos Romero
Hugo Salvatierra
Vladimir Sánchez Luis Alberto Sánchez Daniel Santalla
Nélida Sifuentes
Juan José Sosa
Nardy
Suxo Celima Torrico
Javier Zavaleta

[1] https://drive.google.com/drive/folders/1eh_Xuh5LF7GlCvBMmGfysa6lxynnXbok

[2] CELAG. O que seria da Bolívia sem sua política de nacionalização?

file:///C:/Users/Lenovo/Desktop/Jovenes%20del%20ayer%202/libro%20resumen%20de%20privatizacion capitalizaci%C3%B3n/Informe-CELAG_Que-seri%CC%81a-de-Bolivia-sin -its-policy%CC%81tica-of-nationalizations.pdf 
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O capital perdeu a viabilidade, a sua governabilidade idem * Dalton Rosado / CE

O capital perdeu a viabilidade, a sua governabilidade idem

“O capitalismo nunca morrerá de morte natural”.
 Walter Benjamim

Quando um modelo de relação social se torna inviável, ou é superado pela ação consciente dos seres humanos ou se mantém indefinidamente com altos custos sociais num processo de destrutibilidade social, ecológica e autodestruição da própria forma. Ambas as opções se dão pela força.

Vivemos, na atualidade, mundo afora, a realidade de colapso do capital em processo acelerado, e esta é a explicação mais evidente para a existência de guerras localizadas nas quais as grandes potências militares e econômicas (ainda que sustentadas por aparelhos) testam a eficácia dos seus ridículos poderios.

Boçalnaro, o ignaro, ainda que esteja no poder político no Brasil, deseja o autogolpe para governar sem os freios do republicanismo burguês para permanecer no poder tal qual outros déspotas mundo afora (seu congênere russo que o diga).

Mas ele tem uma pedra no caminho, como diria Drummond: a insatisfação social gerada pela inflação, pelo desemprego, pela queda média da renda, e a ineficácia do atendimento pelo Estado das demandas sociais básicas. Como o raciocínio popular se dá pelo bolso e pela inexistência de atendimentos sociais básicos, tudo decorre destes fatores mais perceptíveis pela população.

Não nos iludamos: entre perder os anéis para conservar os dedos ou perder a própria mão, que é o que está na pauta do dia, ele e sua turma partirão para a manutenção da relação social capitalista pela força, e a nós nos cabe a resistência desde antes, agora e no futuro.

O poder econômico, somente aceita as regras da democracia burguesa enquanto ela serve aos seus interesses de manutenção dos lucros e privilégios. Caso seja necessário o uso da força para tal intento, ele não hesitará em se aliar à truculência.

É nisso que se equivoca Lula, que acredita numa convivência harmônica entre o capital decadente e as relações de trabalho capitalistas em fim de feira. Não se apercebe que a marolinha está se transformando num tsunami, e seu provável governo (caso não haja um golpe que lhe impeça de ganhar e tomar posse) enfrentará as dificuldades próprias de um mundo em depressão e sem a coragem de promover qualquer ruptura (por isso ele é aceito pela elite política e econômica, que não hesitará em depô-lo, quando necessário).

Lula governará, se assim ocorrer caso se evite constitucionalmente o pretendido autogolpe, num Brasil particularmente depauperado graças à insanidade e incompetência de um sargentão primário (que me perdoem os sargentos, sempre oriundos das classes subalternas) e um programa econômico de governo que oscila contraditoriamente entre o liberalismo clássico e um nacionalismo obsoleto, aliado a uma prática de milicianos da pior escola do Estado do Rio de Janeiro.

Lula, tal como Boçalnaro, o ignaro, é nacionalista; tal como ele, é também estatizante (tal como os militares de 64/85, que criaram inúmeras empresas estatais, e só privatizaram a Panair do Brasil, de saudosa memória); ambos acreditam na eternidade do capitalismo.

São identidades de quem gosta de modo acrítico do poder político burguês, com diferenciações cosméticas de governança.
Um com senso humanista e populista démodée; o outro de olho nas formas truculentas de acessos a este mesmo poder quando perder popularidade construída sobre mentiras e desespero social.

Um com projeto da socialdemocracia falido mundo afora; o outro com olho num militarismo truculento e irracional do qual se origina.

A contraditória fórmula do governo atual já mostrou a que veio. Nacionalista, contraria o liberalismo clássico de Milton Friedman do qual Paulo Guedes é discípulo e que anunciava mais Brasil e menos Brasília, lembram-se?

Esta é a razão pela qual não houve privatização no governo que aí está, e que anuncia a privatização pra inglês ver da Petrobrás no apagar das luzes. Mas Paulo Guedes, obediente à elite econômica nacional, e num oportunismo barato de apego ao cargo, tudo aceita.

Assim, de contradição em contradição, grassa a fome no país que ajuda a alimentar o mundo como segundo maior produtor mundial de grãos;
– vemos voltar a inflação de dois dígitos que consome a parca renda dos que ainda estão empregados;
– e é gravíssimo (para a lógica do capital e para a vida social sob sua égide) o renitente índice de desemprego nacional, confirmando a tese de que se trata de uma questão estrutural no capitalismo cibernético e robotizado.

De quebra, assistimos à volta da covid19 como uma interminável praga dos tempos ditos modernos.

Neste contexto, governar o Estado sob as regras constitucionais preestabelecidas é administrar o caos, e o que é pior, sem os mecanismos monetários dos países dominantes, e que não são facultados aos países da periferia capitalista como o Brasil (emissão de moeda forte, juros altos da dívida pública, e vivendo da exportação de commodities primárias baratas).

Pergunto-me: é papel da esquerda, por mero temor da continuidade de governos de direita que se alternam ciclicamente do poder político (e por insatisfação popular igualmente cíclica) com governos de esquerda que apenas aparentam ser o oposto daqueles, e vivermos politicamente neste pêndulo da ineficácia postergando para as calendas gregas a necessária discussão sobre a essência de uma relação social que se tornou obsoleta?

É papel da esquerda administrar o capitalismo e seu Estado falido, que já não pode prover minimente as demandas sociais básicas, e em nome do abrandamento do mal maior representado pela insensibilidade social conservadora?
A fome num lar de desempregados num país capitalista é desesperadamente a mesma dor qualquer que seja a ideologia e boas ou más intenções do governante que atue sob sua lógica subtrativa e segregacionista!

Algumas questões são impossíveis de serem equacionadas sob o império do capital, e qualquer candidato que se proponha a governar sob tais regramentos, não resolverá nossos problemas.

Elenquemos algumas questões irresolúveis sob a égide do capital:
a) vamos continuar fazendo o pagamento dos juros cada vez maiores de uma dívida pública que consome valores anuais maiores do que o déficit da nossa previdência social?
b) e se não pagarmos os juros, vamos poder enfrentar a retaliação do sistema financeiro mundial de crédito?
c) vamos continuar vendendo os alimentos que produzimos por preços bem inferiores aos manufaturados que importamos? e
d) mesmo tendo mais gado do que gente, vamos continuar sem poder comer carne?
e) como vamos enfrentar o problema da inflação e do desemprego renitente, sem superarmos o própria lógica do trabalho abstrato que se tornou obsoleto em sua maior parte?
f) vamos taxar o lucro dos bancos e das grandes empresas sem que com isto provoquemos uma evasão de capitais em busca de países que deem tratamento mais generoso ao confisco de tais receitas escorchantes?
g) como enfrentar a redução de direitos trabalhistas e dos próprios salários num contexto de concorrência mundial de mercado regido pela lei da oferta e da procura, na qual quem produz mais, melhor, e a preços menores, ganha a guerra (como é o caso da China e seus salários de fome)?
h) como enfrentar o déficit previdenciário crescente com o desemprego renitente e os crescentes números de trabalhos informais, sem registro, que são cada vez mais frequentes e representam uma saída paliativa ineficaz para um problema estrutural?
i) como retomar a pretendida (por todos os partidos da institucionalidade) retomada do desenvolvimento econômico nacional, se é o próprio capitalismo mundial que está depressivo e sem volta?
j) como conciliar interesses divergentes entre países que disputam a prevalência de seus interesses econômicos de mercado, mesmo no interior dos blocos continentais que se formam para fazer face à disputa por hegemonias continentais mundo afora?
l) poderemos evitar a emissão de CO² na atmosfera sob a égide do capital que contraria a possibilidade de convivência harmoniosa e ecologicamente sustentável entre os seres humanos?
m) saberemos superar os mesquinhos interesses corporativos e elitistas, e caminharmos num processo de construção coletiva do bem estar de todos e sem as competições fratricidas?

​Muitas outras questões são irresolúveis sob o capital decadente e sem volta, e qualquer governante que assuma o comando político administrativo do país, não terá instrumentos eficazes de combate às questões que se configuram como estruturais e para as quais as soluções requerem a superação dos próprios critérios capitalistas de suas categorias que são formatadores de tal situação.

​A pergunta que não quer calar é a seguinte: saberemos superar o modelo atual e usarmos todos os benefícios da tecnologia a nosso favor, e evitarmos o colapso econômico e ecológico que se prenuncia?

​Teremos apenas mais uma eleição incapaz de promover as necessárias e urgentes discussões, ou apenas veremos mais falaciosas promessas de governos incapazes de consecuções práticas e viáveis dentro do modelo ao qual estamos enquadrados?
Será a ditadura conservadora capaz de alterar tal conjuntura?

As respostas a estas questões, sem tergiversações, estão na pauta do dia!

SOBRE O AUTOR

Dalton Rosado é advogado e escritor. Participou da criação do Partido dos Trabalhadores em Fortaleza (1981), foi co-fundador do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos – CDPDH – da Arquidiocese de Fortaleza, que tinha como Arcebispo o Cardeal Aloísio Lorscheider, em 1980.
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quinta-feira, 28 de julho de 2022

Lênin contra a passividade * João Quartim de Moraes / SP

LÊNIN CONTRA A PASSIVIDADE

Dezembro de 1904: os 12 mil operários do complexo fabril Putilov, em São Petersburgo, entram em greve. O movimento logo se propagaria por outros centros industriais, de Moscou a Baku. Na capital do Império, em 9 de janeiro de 1905, o padre Gapone, à frente de imensa multidão, levou ao tsar uma petição respeitosa expondo a miséria do povo e clamando por reformas. A resposta veio do exército imperial: abriram fogo sobre os manifestantes. O massacre, dito do “Domingo Sangrento”, suscitou uma vaga de revolta que percorreu a Rússia.

Em junho-julho de 1905, quando Lênin escreveu Duas táticas da social-democracia na revolução democrática, a revolta dos camponeses se aprofundava, ocupando latifúndios e reivindicando a nacionalização da terra. A burguesia pedia reformas liberais. A derrubada do tsarismo estava no horizonte, mas o regime dispunha de margem de manobra. Deviam os bolcheviques se pôr à frente das lutas em curso? Segundo os mencheviques, se a revolução tinha objetivamente caráter burguês, cabia à burguesia dirigi-la; a revolução dos operários era a socialista. Contra essa passividade travestida de rigor programático, Lênin desafiou a ortodoxia social-democrata. O resultado da revolução democrática não estava decidido de antemão. A burguesia tinha interesse na liberalização política, mas queria sobretudo remover os entraves feudais à expansão de seus negócios. Só a aliança dos operários com os camponeses poderia conduzir a dinâmica revolucionária em curso a suas mais avançadas consequências: derrubada da autocracia militar feudal e instauração da ditadura democrática das duas grandes forças populares em luta.

Mesmo levada até o fim, a revolução democrática não poderia, porém, alterar por decreto as condições sociais objetivas. Os camponeses aliavam-se aos operários porque percebiam que seriam estes e não a burguesia liberal que apoiariam a fundo sua reivindicação maior: confiscar os latifúndios, distribuir a terra. Mas o acesso, individual ou cooperativo, à propriedade da terra se inscrevia na lógica da produção para o mercado, portanto nos limites burgueses da economia. Com insuperável lucidez dialética, Lênin deixou claro que, vitoriosamente resolvida a contradição entre o povo russo e o tsarismo, a contradição entre a propriedade camponesa e a luta operária pelo socialismo tornar-se-ia dominante.
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Sexto volume da coleção Arsenal Lênin, Duas táticas da social-democracia na revolução democrática foi escrito em 1905 e é uma das primeiras e mais importantes obras políticas de Lênin. O livro aponta questões importantes para os movimentos daquele ano, tido por muitos como marco inicial da agitação política russa, e aponta tarefas da classe operária para os anos subsequentes, que culminariam na Revolução de Outubro de 1917.

Publicado durante o exílio de Lênin em Genebra, na Suíça, o livro expõe diferenças fundamentais que surgiram na época entre os bolcheviques e os mencheviques, além de trazer aspectos teóricos importantes, como uma contribuição ao conceito de “ditadura do proletariado” e a noção de “revolução ininterrupta”, análoga, sob muitos aspectos, à de “revolução permanente”, de Trótski.

“Em 1905, Lênin amadurece uma de suas mais brilhantes intuições, que encontra sua elaboração em Duas táticas: aquela que passou à história como a ideia da hegemonia proletária na revolução burguesa.”
– Umberto Cerroni

“A Revolução de 1905 foi o melhor teste para a análise de Lênin sobre a especificidade da formação econômico-social russa e para a sua ideia sobre as funções e o modo de agir de uma organização revolucionária em um contexto de levante. Este colocou em evidência, pela primeira vez na Rússia, o tema da autonomia política do proletariado e de sua organização. O texto Duas táticas da social-democracia na revolução democrática, concebido no pleno calor dos eventos, constituía a melhor síntese do assunto.”
– Gianni Fresu

Duas táticas da social-democracia na revolução democrática, de Vladímir I. Lênin, tem tradução de Edições Avante!, revisão da tradução de Paula Vaz de Almeida, prefácio de Gianni Fresu, apêndice de Umberto Cerroni, orelha de João Quartim de Moraes, capa de Maikon Nery e apoio da Fundação Maurício Grabois.

O livro fez parte da caixa de junho de 2022 do Armas da crítica, o clube do livro da Boitempo. Acesse o guia de leitura de Duas táticas da social-democracia na revolução democrática, livro 20 do clube.
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Disponível em nossa loja virtual e e-book à venda nas principais lojas do ramo:Kobo

Confira o lançamento de Duas táticas da social-democracia na revolução democrática com Gianni Fresu, João Quartim de Moraes, Marly Vianna e mediação de Gabriel Landi, na TV Boitempo:
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João Quartim de Moraes é professor colaborador na Unicamp e pesquisador do CNPq centrado em história do pensamento político, instituições brasileiras, materialismo antigo e moderno, e marxismo. Autor de diversos livros e artigos, no Brasil e na Europa. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo (1964), em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964), licenciou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964) e doutorou-se (Doctorat D’État en Science Politique) na Fondation Nationale de Science Politique da Academia de Paris (1982). Foi professor titular da Universidade Estadual de Campinas de 1982 a 2005. Após aposentar-se, retomou as atividades docentes na condição de professor colaborador voluntário na mesma Universidade.

(TAMARA, soldada do exército russo, na guerra da Ucrânia. Sua foto corre o mundo com sua bandeira comunista.)


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Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática[N228]
V. I. Lénine
Julho de 1905
Transcrição autorizada

Escrito: em Junho-Julho de 1905.
Primeira edição: em Genebra em Julho de 1905. Editado pelo CC do POSDR.
Fonte: Obras Escolhidas em Três Tomos, 1977, Edições Avante! - Lisboa, Edições Progresso - Moscovo

Tradução: Edições "Avante!" com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t. 11, pp. 1-131.

Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, dezembro 2006

Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Editorial "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscovo, 1977.
Índice




















Nota de Fim de Tomo:

[N228] O livro de V. I. Lénine Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática foi redigido em Junho de 1905, após o fim dos trabalhos do III Congresso do POSDR e também da conferência dos mencheviques que se efectuou em Genebra simultaneamente com o congresso.

O aparecimento do livro de V. I. Lénine Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática constituiu um grande acontecimento na vida do partido. Foi amplamente difundido, clandestinamente, numa série de cidades da Rússia. O livro Duas Tácticas foi estudado nos círculos clandestinos do partido e dos operários.

Em Fevereiro de 1907, o Comité de Petersburgo para a imprensa fez apreender o livro, tendo visto no seu conteúdo uma acção criminosa contra o governo tsarista. Tendo aprovado esta apreensão em Março, a Câmara judicial de Petersburgo, em Dezembro do mesmo ano, adoptou uma deliberação na qual dizia: «... a brochura de N. Lénine Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática deve ser destruída». Porém, o governo tsarista não conseguiu destruir esta obra de V. I. Lénine.

O livro Duas Tácticas da Social-Democracia na Revolução Democrática foi incluído por Lénine no primeiro tomo da colectânea dos seus artigos Em Doze Anos, que apareceu em meados de Novembro de 1907 em Petersburgo. Lénine completou o livro com novas notas em rodapé. No prefácio à colectânea falou do significado do livro: "Aqui expõem-se, já de um modo sistemático, as fundamentais divergências tácticas com os mencheviques; as resoluções do 111 Congresso do POSDR, que teve lugar na Primavera em Londres (congresso dos bolcheviques), e da conferência dos mencheviques em Genebra, formalizaram de modo completo estas divergências e levaram-nos à discrepância radical quanto à apreciação de toda a nossa revolução burguesa do ponto de vista das tarefas do proletariado.»
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VIVA CUBA SOCIALISTA * Geraldina Colotti / Itália

VIVA CUBA SOCIALISTA

Por Geraldina Colotti, 
Resumo da América Latina, 24 de julho de 2022.
Cuba. Entrevista exclusiva com a embaixadora Mirta Aurora Granda: “Vivo o 26 de julho com alegria e orgulho. A Revolução Cubana está viva e vitoriosa”

Por ocasião do dia 26 de julho, que também será celebrado na Itália pelos movimentos de solidariedade com a Revolução Cubana, entrevistamos a embaixadora cubana na Itália, Mirta Aurora Granda Averhoff. Engenheira nuclear por formação, Mirta tem ampla experiência política em organizações multilaterais. Foi, entre outras coisas, Diretora de Assuntos Políticos Multilaterais (MINREX), Coordenadora Nacional Adjunta de Cuba na Conferência Ibero-Americana e do mecanismo LAC-UE (América Latina, Caribe e União Européia), Coordenadora Nacional Adjunta de Cuba na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Coordenador Nacional de Cuba na Conferência Ibero-Americana. Ele também fez parte de várias delegações oficiais de alto nível durante visitas bilaterais, reuniões e eventos internacionais, incluindo Cimeiras de Chefes de Estado e de Governo. Agradecemos a sua disponibilidade.


Como o embaixador cubano na Itália vê o conflito na Ucrânia?

As relações internacionais estão passando por um cenário perigoso. Nosso povo está ciente do atual conflito militar na Europa, da infeliz perda de vidas humanas, bem como dos danos materiais e das ameaças que causou à paz e à segurança regionais e internacionais.

A ofensiva norte-americana destinada a subjugar Estados e grupos de Estados com a expansão da NATO conduz inevitavelmente a um clima de tensão e conflito cujas consequências são imprevisíveis.

Esta situação teria sido evitada se as reivindicações bem fundamentadas da Federação Russa de garantias de segurança tivessem sido abordadas a tempo, com seriedade e respeito.

Cuba continuará defendendo uma solução diplomática, construtiva, séria e realista para a atual crise na Europa, que garanta a segurança e a soberania de todos, assim como a paz, a estabilidade e a segurança regional e internacional.

Cuba defende firme e consistentemente o Direito Internacional, a Carta das Nações Unidas e a Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, assinada pelos Chefes de Estado e de Governo da região, em Havana, em 2014. opor-se ao uso da força contra qualquer Estado, manipulação política e padrões duplos.

Como um pequeno país sitiado por mais de 60 anos, sob constante ameaça, Cuba sofreu com o terrorismo de Estado, agressão militar, guerra bacteriológica e um bloqueio brutal.

O governo cubano é absolutamente claro sobre a importância dos princípios e normas internacionais que servem de proteção contra o unilateralismo, o imperialismo e o hegemonismo.

Rejeitamos firmemente o uso ilegal de sanções econômicas, comerciais e financeiras como instrumento de pressão, bem como a suspensão da Federação Russa em organizações multilaterais.

Rejeitamos firmemente ações que agravem significativamente a situação atual e não contribuam em nada para alcançar uma solução diplomática efetiva, justa e pacífica para a crise atual.

Em que ponto Cuba está um ano após as tentativas de desestabilização?

Cuba está em uma situação de total tranquilidade e normalidade, trabalhando com entusiasmo para superar a difícil situação econômica que a COVID-19 trouxe ao mundo, que no nosso caso é exacerbada pela intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos Estados Unidos da América há mais de seis décadas.

Dias antes de deixar a Casa Branca e sem qualquer fundamento, Donald Trump incluiu Cuba na lista do Departamento de Estado dos Estados Unidos dos países que patrocinam o terrorismo. Não há nenhum político ou funcionário do governo americano que possa apoiar honestamente essa acusação. Ninguém foi capaz de apresentar provas credíveis para apoiar tal calúnia. As consequências de tal designação são marcadamente prejudiciais e tornam extremamente difíceis as transações financeiras e comerciais internacionais. Dificulta o acesso às instituições financeiras e as possibilidades de pagamentos e créditos. Impõe um estigma às nossas entidades e instituições, que têm extrema dificuldade em interagir, mesmo com entidades estrangeiras com as quais mantêm relações produtivas há anos.

Desde 2019, as medidas de reforço e pressão máxima aplicadas pelo governo Trump já haviam levado a guerra econômica a uma dimensão qualitativamente mais agressiva, com o consequente impacto na vida de todos os cubanos e contra os esforços para promover o desenvolvimento da nação. Essa agressividade é ainda reforçada por programas de subversão, que não param de tentar desestabilizar politicamente o país.

O governo dos EUA gasta anualmente dezenas de milhões de dólares do orçamento federal pago pelos contribuintes para esse fim.

Apoiados por uma sofisticada infraestrutura tecnológica dedicada a campanhas de desinformação, calúnia, descrédito e assassinato informacional, aplicam contra Cuba as fórmulas da Guerra Não Convencional já experimentadas e aplicadas, com sérios custos humanos e materiais, em outras partes do mundo.

O governo dos Estados Unidos tentou e não conseguiu forçar um levante popular em Cuba durante este mês, como fez no ano passado, sem atingir seu objetivo. Ele implantou abertamente uma ampla campanha de propaganda, ancorada em poderosas plataformas digitais, com a participação ativa de altos funcionários. Para isso, contou com sua política de máxima pressão econômica, visando deprimir o padrão de vida de nossa população, gerando problemas na garantia de serviços essenciais como energia elétrica e atingindo o nível de consumo e acesso a itens básicos, entre outros. . .

O país vive um processo legislativo sem precedentes. Em 10 de abril de 2019, quando foi aprovada a Constituição da República de Cuba, consolidaram-se as bases de nosso Estado socialista de direito e justiça social. Há poucos dias, o Parlamento aprovou o Código da Família, norma essencial para a sociedade cubana, que em setembro será realizado em referendo para o povo, o soberano, se pronunciar.

O Código da Família é, sem dúvida, um dos normativos jurídicos de maior relevância social e política da história jurídica do país, pois além de desenvolver direitos constitucionais em matéria de família e demais assuntos correlatos, também atende aos compromissos internacionais assumida por Cuba ao ratificar tratados de direitos humanos como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, em 1979; a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989; e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2006, cujos valores e princípios constam do Código.

A sociedade cubana contribuiu com as opiniões mais desiguais sobre uma lei que chamou sua atenção, enquanto seu ponto de vista não é outro senão as famílias. Todos ganhamos, temos um Código que aposta no presente para quitar as dívidas do passado e educar as gerações do futuro.

E qual é a situação econômica?

No plano econômico, para este 2022, calcula-se uma projeção de crescimento econômico de 4%; no entanto, os níveis de atividade ainda são mais baixos do que havíamos alcançado nos anos anteriores à pandemia. Até agora, não se verificou uma recuperação significativa das nossas principais produções, nem do turismo. Com os baixos níveis de divisas de que temos podido dispor, está a ser feito um esforço permanente para assegurar um nível de produtos e serviços básicos à população e para dar prioridade a pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade.

Nessas condições, um mercado de câmbio não oficial se proliferou e a inflação continua afetando o poder de compra dos rendimentos auferidos.

As medidas anunciadas na esfera económica no Parlamento visam dinamizar o mercado interno, a partir da recolha de divisas, do aumento das receitas das exportações e da reactivação da produção nacional.

Também foram dados passos muito positivos. Por exemplo, a vacinação contra o Covid-19, com vacinas cubanas, que atingiu mais de 90% da população adulta vacinada e mais de 98% da população pediátrica, incluindo todas as crianças com mais de 2 anos de idade. Programas específicos de transformação, desenvolvimento local e intercâmbio com bairros foram desenvolvidos, especialmente nas localidades mais atrasadas. Muito trabalho está sendo feito para avançar na implementação do Plano de Desenvolvimento até 2030.

É verdade que Biden está relaxando as “sanções”?

O bloqueio persiste em sua totalidade. Biden não cumpriu em relação a Cuba o que prometeu em sua campanha presidencial. Revogou apenas 8 das 243 medidas contra o povo cubano adotadas pelo governo Trump, entre elas: a liberalização das remessas, a autorização de voos diretos e a reabertura do consulado em Havana. Embora sejam um passo na direção certa para a normalização das relações entre Cuba e os Estados Unidos, ainda há muito a ser feito. O bloqueio persiste, com todo o seu marco legal, assim como a inclusão injusta e fraudulenta de Cuba na lista unilateral de supostos Estados patrocinadores do terrorismo, elaborada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Na era do presidente Obama, 


Cuba, Venezuela e Nicarágua são o "eixo do mal" do império, enquanto continuam a ser um farol para a Grande Pátria e para o mundo. Como os jovens cubanos percebem isso?

Os jovens cubanos de hoje são atores inquestionáveis ​​no processo de construção de Cuba socialista, como os jovens da geração centenária - desde o nascimento de Martí -, que junto com Fidel protagonizaram os assaltos de 26 de julho e alcançaram o triunfo da Revolução. Foram os jovens que lideraram o confronto com a Covid-19. Os atletas que encheram Cuba de orgulho nas últimas Olimpíadas de Tóquio e a colocaram em 14º lugar no quadro de medalhas, também eram em sua maioria jovens. O parlamento cubano tem 80 deputados entre 18 e 35 anos, ou seja, jovens; esse número representa 13% de todos os deputados. A União de Jovens Comunistas de Cuba tem mais de 600 mil membros. Resumindo, os jovens cubanos sabem o que significa o exemplo de nossa história para as forças progressistas do mundo e trabalham para perpetuar esse trabalho de amor infinito que é a Revolução Cubana. Trabalham por um futuro melhor, para viver sem bloqueios, para desenvolver o país e por um socialismo mais próspero e sustentável. A juventude apoia a Revolução e a Revolução Cubana não existiria sem a juventude, não haveria futuro.

Como uma jovem como você vive em 26 de julho?

Vivo no dia 26 de julho com alegria e orgulho. Nessa data celebramos o Dia da Rebelião Nacional, ação que deu início à última etapa de nossas lutas pela verdadeira independência e que culminou no triunfo da Revolução Cubana. Este 26 de julho marca o 69º aniversário dos assaltos ao quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo. Temos muitos motivos para comemorar: nosso tratamento bem-sucedido da pandemia; o desenvolvimento de nossas próprias vacinas contra o Covid-19; a reabertura ao turismo e o lançamento da campanha Cuba Única, destino turístico único pela sua cultura, beleza da sua natureza e segurança; progresso e reformas socioeconômicas e legais, entre outros. Da mesma forma, celebramos que a Revolução Cubana está viva e vitoriosa; que o pensamento de José Martí e Fidel Castro,

Também da Itália estamos comemorando. Residentes cubanos, amigos de Cuba, forças políticas de esquerda, associações de solidariedade e muitos outros organizaram um amplo dia de atividades em saudação ao 26 de julho. No próprio dia 26, está prevista uma concentração que culminará seu desfile em frente à Embaixada de Cuba em Roma, será um ato emocionante, onde se reafirmará mais uma vez o acompanhamento incondicional da Revolução Cubana da Itália.

Cuba chocou o mundo durante a pandemia. Qual é a situação das brigadas médicas hoje e o que Cuba recebeu em troca?

No confronto com a pandemia de Covid-19, 57 brigadas médicas cubanas prestaram ajuda em 40 países. Vale ressaltar que a cooperação médica cubana antecede a pandemia de Covid-19. Em geral, mais de 400 mil colaboradores de saúde cubanos prestaram serviços em 164 nações. Médicos cubanos, só para citar alguns exemplos, estiveram presentes nas enchentes na Guatemala, nos terremotos no Paquistão e no Haiti, na luta contra o ebola na África e a cólera no Haiti. Em 2021, estimou-se que, nas seis décadas de colaboração médica cubana no exterior, os médicos cubanos trataram 1.988 milhões de pessoas no mundo, quase um terço da humanidade. O que acabamos de receber? A solidariedade, o reconhecimento, a amizade e a gratidão dos povos e dos salvos, e isso é o mais importante.

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