REPRESSÃO FASCISTA EM JUJUY
Em Jujuy, na Argentina, jogam em defesa do lítio, vinculando-se à rejeição da criminalização do protesto.
A informação é um pouco confusa se ficarmos na primeira análise para se aproximar dos fatos, e que é apenas parte de uma estratégia para esconder o que também está em jogo em Jujuy pelo governador Gerardo Morales.
E é que, embora a princípio a notícia do que está acontecendo na província de Jujuy, na Argentina, seja apresentada como uma mobilização dos cidadãos contra a criminalização do direito de protestar promovida pelo governador Gerardo Morales, por meio de uma reforma constitucional para a formação de uma Convenção Constituinte de Jujuy, que emitiu o decreto 8.464 para esse fim; Não deixa de ser ao mesmo tempo uma voz de alarme sobre o fato de que essa tática de criminalização do protesto tem o objetivo de dar a mão aos que denunciam que há outro jogo de interesses em Jujuy, e que devem veja pelo que a chefe do comando sul Laura Richardson disse que "algo tinha que ser feito" para que o lítio não passasse como água por suas mãos; até o que hoje é a medida do governador expulsar nativos de suas terras.
É assim que vários ativistas -Sergio Rodriguez Peinado, entre outros- têm alertado sobre este duplo propósito de provocar os cidadãos a conhecer sua capacidade de reação, a qual é a verdadeira razão pela qual o governador de Jujuy está em uma ofensiva para criminalizar a violência. Ou seja, é um balão de ensaio, para que na hora de alienar esse recurso tenha essa regra de silenciar e reprimir as pessoas, como já começou a fazer.
Mas diante dessa dupla estratégia do governador Morales de criminalizar o protesto e ao mesmo tempo ter o álibi de alienar o recurso com base nessa medida, a população de Jujuy já está na luta. É assim que os militantes e formadores de opinião é que têm tido a esperteza de alertar a opinião pública, e com base em antecedentes não só expressos pelo chefe do comando sul, mas também pelo que afirmou Elon Musk, quando altivamente advertiu: "Acertaremos onde ganha" aludindo à apropriação de recursos como o lítio.
Mas também não se pode deixar de levar em conta o papel que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desempenhou como outro ator estadunidense para se apossar do lítio, quando apoiou o golpe contra Evo Morales em 2019; tendo inclusive comissionado sua filha Ivanka para coordenar o golpe com Gerardo Morales, enviando dinheiro para financiar o golpe, por meio de ações coordenadas entre Gerardo Morales e opositores bolivianos, como no caso do outro governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho.
O lítio latino-americano é o que deve nos unir diante dos norte-americanos que sempre jogaram para nos dividir para conseguir o que é nosso, e que hoje estão com os olhos postos mais do que nunca, já que os EUA não são mais a potência que era, e a América Latina é mais soberana do que antes.
Portanto, esteja atento ao que está em jogo hoje em Jujuy e apoie a defesa de suas terras, seguindo o exemplo de defender o que é nosso.
Rolando Prudêncio Briançon.Advogado/Bolívia
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