sábado, 25 de dezembro de 2021

LULA E A OPÇÃO BURGUESA * VILEMAR COSTA / CE

 LULA E A OPÇÃO BURGUESA

VILEMAR COSTA / CE

Boa parte da esquerda brasileira jogou a toalha de um jeito que não se encoraja nem para reclamar do Alckmin. A direita pressiona, ganha espaço, pauta. Mesmo uma direita sem muitos votos como se tornou o Alckmin, o cara da Opus Dei que teve menos de 5% de votos em 2018 e está saindo do PSDB porque perdeu o comando do partido. 


E nós? Aceitamos porque é o que tem pra hoje? Achamos que é ele quem vai garantir as eleições contra um possível golpe (que já ocorreu, embora a mesma parte dessa esquerda pareça esperar ainda o golpe no formato clássico)? Não vale nem tentar fazer ser melhor? Ignoramos, fazendo de conta que não está acontecendo e postando "Lula lá"? É, francamente, desolador. 


Discutir isso não é ignorar as agruras do povo, mas buscar encontrar respostas que permitam um caminho de superação real. Para isso, tem que ter projeto e não só um nome, deveríamos ter aprendido (pelo menos desde o Levy).


Lula está com percentual que aponta poder até ganhar no 1º turno. É o que todos nós queremos, aliás. Mas o que fazer até lá? Saiamos das cordas para, pelo menos, pressionarmos por algo mais digno e menos opressor. 


Assim como não haveria Boric, no Chile, sem os movimentos estudantis, de mulheres e indígenas, aqui não vai ter saída para essa tragédia sem luta, inclusive em relação à posição de quem deveria liderar uma saída à esquerda para a crise.


Crise, aliás, que está longe de se resumir a Bolsonaro e terá que seguir sendo enfrentada a cada ato e decisão do novo governo. Alguém duvida para qual lado da corda o Alckmin vai puxar?


Aliás, Projeto e Lula são duas palavras que não combinam. Antes de Levy, teve Palocci e Meirelles, sob protestos do vice à época, José Alencar. O vice do Lula poderia ser Rui Costa Pimenta, Zé Maria, Boulos, Marx, Jesus Cristo, que não faria diferença nenhuma.


Parece reprise de "Sessão da Tarde". Lula e o PT se aliando a uma corja para ganhar votos do centro-direita e garantir a tão decantada "governabilidade". Não aprenderam a lição com José Alencar e o PMDB, o mesmo partido que adiante encabeçaria a derrubada de Dilma.


A "sorte" de Lula é que, na primeira vez, o ineditismo e a expectativa de tê-lo no poder suplantaram essa pouca vergonha. Agora, é a urgente premissa de tirar o Bozo que o faz. Porém, a sorte dele se configura no azar do povo, porque mais uma vez sabemos que infelizmente Lula estará, mais uma vez, de rabo preso com os poderosos. 

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