sábado, 30 de março de 2024

UNIDADE DA RESISTÊNCIA BARRA INTERVENÇÃO INTERNACIONAL * Aliança das Forças de Resistência Palestina

UNIDADE DA RESISTÊNCIA BARRA INTERVENÇÃO INTERNACIONAL
Aliança das Forças de Resistência Palestina

As facções da Aliança das Forças de Resistência Palestiniana rejeitam a proposta “israelense” de enviar forças árabes para gerir a Faixa de Gaza, alertando para as suas consequências e implicações.

As facções da resistência palestiniana confirmaram a sua rejeição da proposta sionista, que envolve o envio de forças árabes para gerir a situação na Faixa de Gaza.

Num comunicado divulgado hoje, sábado, em Damasco, as facções alertaram para o perigo de se alinharem com tais propostas, pois constituem uma armadilha e um novo engano sionista, que visa levar alguns países árabes a servirem os seus planos e projectos após o seu significativo fracasso. no chão. As facções afirmaram que “israel”, juntamente com os Estados Unidos, está a tentar contornar a derrota vergonhosa que sofreram, procurando a ajuda de alguns países árabes e algumas das suas ferramentas na região para libertar o exército de ocupação do grande atoleiro que tem. caído na Faixa de Gaza.

Além disso, as facções sublinharam que o grande povo palestiniano, que registou raros feitos heróicos na batalha da inundação de Al-Aqsa e a lendária firmeza popular no enfrentamento dos massacres e do genocídio perpetrados pelo inimigo sionista na Faixa [de Gaza], é capaz de escolhendo os seus líderes e instituições para gerir a Faixa, manter a sua soberania nacional e, como tem resistido nos últimos seis meses, é capaz de frustrar todas as tentativas "israelenses" e americanas e as suas ferramentas na região que tentam minar a vontade da nossa grande povo, a sua independência na tomada de decisões e a sua soberania.

A rejeição desta perigosa proposta pelas facções da resistência palestina ocorreu após o pedido feito por Gallant, o Ministro da Guerra sionista, em suas reuniões com o Secretário de Defesa Lloyd Austin, o Secretário de Estado Antony Blinken, e o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, para apoio e promoção desta proposta e do plano Eisenkot para o "dia seguinte" na Faixa de Gaza. A administração americana está preparada para discutir estes planos com vários países árabes, que são chamados e avisados ​​para não caírem nesta armadilha sionista.

Aliança das Forças de Resistência Palestina
Sábado: 20 Ramadã 14h45
Correspondente: 30 de março de 2024
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TODOS RUMO À PALESTINA JÁ! * Movimento de Resistência Islâmica/HAMAS

TODOS RUMO À PALESTINA JÁ!

A segunda mensagem depois da guerra.. O Hamas publica uma mensagem gravada do comandante Muhammad Deif apelando aos árabes e muçulmanos para marcharem “hoje, agora, não amanhã” em direção à Palestina.

Faixa de Gaza (Territórios Palestinos) - (AFP) - O Hamas publicou quarta-feira uma mensagem gravada atribuída a Muhammad Deif, comandante das Brigadas Al-Qassam, seu braço militar, a segunda desde que assumiu a responsabilidade pelos ataques de 7 de outubro em Israel que levou à eclosão da guerra na Faixa de Gaza.

A mensagem dirigida ao povo do “mundo árabe e islâmico” afirmava: “Comecem a marchar hoje, agora e não amanhã, em direção à Palestina e não deixem que fronteiras, regulamentos ou restrições os privem da honra da jihad e da participação na libertação da Mesquita de Al-Aqsa.”

Este áudio faz parte da mensagem que o convidado dirigiu ao povo palestino e aos povos árabe e islâmico no sábado, 7 de outubro passado, na qual anunciou o início da epopéia “Inundação de Al-Aqsa”, em resposta ao orgia da ocupação na abençoada mesquita de Al-Aqsa.

A mensagem do convidado surge um dia depois de o exército israelita ter reivindicado o assassinato do comandante das Brigadas Al-Qassam, Marwan Issa (58 anos), num ataque a Gaza há cerca de duas semanas.

Na sua mensagem, o convidado dirigiu-se “ao povo da Jordânia, do Líbano, do Egipto, da Argélia, do Magrebe, do Paquistão, da Malásia, da Indonésia e de todas as partes do mundo árabe e islâmico.

A mensagem do convidado surge dois dias depois de o Conselho de Segurança da ONU ter emitido uma resolução apoiada por 14 países (de 15), exigindo um cessar-fogo “imediato” em Gaza durante o mês do Ramadão, respeitado por todas as partes.
Israel condenou a resolução do Conselho de Segurança e vários dos seus funcionários consideraram-na “não vinculativa” em Tel Aviv, uma vez que Israel continua esta guerra apesar da resolução, bem como apesar de ter sido julgado pela primeira vez perante o Tribunal Internacional de Justiça sob acusações de cometer “genocídio”.

Em 7 de outubro, Al-Dhaif anunciou numa mensagem de áudio o início de uma operação militar contra Israel chamada “Inundação de Al-Aqsa”.

Ele explicou na sua primeira mensagem que a operação “Inundação de Al-Aqsa” surge à luz dos contínuos crimes israelitas contra o povo palestiniano, da negação das leis internacionais pela ocupação, e à luz do apoio americano e ocidental e do silêncio internacional.

Desde 7 de Outubro, Israel tem travado uma guerra devastadora na Faixa de Gaza, deixando dezenas de milhares de vítimas civis, a maioria delas crianças e mulheres, uma catástrofe humanitária e uma destruição maciça de infra-estruturas.
A publicação deste áudio ocorre no 173º dia da “Inundação de Al-Aqsa”, enquanto a resistência palestiniana continua a travar batalhas ferozes contra as forças de ocupação israelitas, em várias frentes de batalha na Faixa de Gaza, infligindo pesadas perdas às suas fileiras.

Paralelamente, a resistência islâmica no Líbano e no Iraque, e as forças armadas do Iémen, continuam a levar a cabo operações militares contra a ocupação israelita, enquanto ocorrem manifestações nos paísesi árabes, em apoio ao povo palestiniano na Faixa de Gaza e em apoio da sua resistência.

CONFIRA

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Ziyad Nakhalah em Teerã:
"Vamos quebrar Israel e derrotá-lo com o Islão, o Alcorão e o apoio da República Islâmica ao povo palestino."
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sexta-feira, 29 de março de 2024

UM DIA COM FIDEL * GIANNI MINÁ

UM DIA COM FIDEL * GIANNI MINÁ
Por qué estalló la Revolución en Cuba?
Fidel Castro explica magistralmente por qué nació la Revolución Cubana.
DOCUMENTÁRIO
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Como Israel-EUA e seus aliados planejaram o destino macabro dos palestinos * Amyra El Khalil/PR

Como Israel-EUA e seus aliados planejaram o destino macabro dos palestinos
Amyra El Khalili

O estrategista israelense Ronny Ben-Yishai, em abril de 2023, publicou um artigo sobre as emendas legais de Israel. No texto, ele argumenta que é crucial que o público compreenda o significado do golpe legal e esteja ciente do “Plano de Decisão” divulgado no Hashiluh Journal em setembro de 2017.

Essencialmente, no “plano de resolução” do ministro Bezalel Smotrich, os palestinos teriam a opção de escolher entre três alternativas:

1. optar por permanecer na Cisjordânia e viver em enclaves sob o domínio e soberania israelense, abrangendo áreas como Hebron, Belém, Ramallah, Nablus e Jenin. Os palestinos, embora não obtenham a cidadania israelense, teriam autorização de residência (similar ao estatuto legal dos habitantes de Jerusalém), sob a condição de não manifestarem resistência e cooperarem;

2. os palestinos que optarem por não viver sob o domínio israelense poderão emigrar voluntariamente, e Israel promoverá essa opção por meio de incentivos financeiros;

3. A terceira alternativa proposta por Smotrich tem como objetivo abordar de maneira abrangente os palestinos que não concordariam com nenhuma das duas opções mencionadas anteriormente: uma instrução inequívoca ao exército para eliminar aqueles que devem ser mortos, recolher armas e extinguir todas as manifestações de resistência.

Ben-Yishai argumenta que a chave para a compreensão do parágrafo anterior está na frase “dar uma instrução inequívoca”, indicando que o governo instruirá os militares a usar força excessiva sem restrições.

Durante seu discurso na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro de 2023, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu apresentou um novo mapa que apaga a Palestina, reafirmando sua intenção declarada na ONU de implementar o “Plano de Decisão” denunciado pelo estrategista Ronny Ben-Yishai em abril de 2023.

Em resposta às agressões e ameaças amplamente divulgadas na imprensa israelense, o Movimento Islâmico Hamas emitiu um comunicado em 11 de setembro de 2023, deixando claro, sem rodeios, que, diante de qualquer nova invasão dos locais sagrados islâmicos, cristãos e de Jerusalém por colonos armados escoltados e protegidos pelo exército israelense, juntamente com outras formas de violência e agressões, a resistência responderia com os meios à sua disposição, legítimos em seu direito à autodefesa.

No dia 13 de outubro de 2023, após o ‘contra-ataque’ da resistência palestina em 07 de outubro, em resposta aos planos declarados e anunciados na imprensa israelense, juntamente com outras agressões sistêmicas de Israel para implementar a anexação de Gaza e Cisjordânia, conforme mencionado no ‘Plano de Decisão’, uma fonte da Embaixada da Rússia, nos alertou:

“O Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, realizou extensos contatos com funcionários, líderes de inteligência e líderes árabes nas últimas horas, em uma tentativa árdua de convencê-los a acolher os residentes de Gaza antes que o exército israelense, à espreita lá fora, arrasasse a região, nas próprias palavras de Blinken. Os detalhes do plano americano incluem a transferência de um milhão de cidadãos da Faixa de Gaza para o Egito. O restante da população seria distribuída entre Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Emirados, com a Arábia Saudita responsável pelo assentamento de meio milhão de palestinos e os outros países encarregados dos demais assentamentos.

“Até o momento, o projeto americano enfrenta a rejeição de todos esses países, incluindo o Qatar, cujas autoridades se ofereceram para acolher um máximo de 500 palestinos. Blinken ameaçou responsabilizar os líderes árabes pelas perdas humanas esperadas entre os palestinos, caso a intransigência persista e o plano seja rejeitado. Esta ameaça se concretizaria caso Israel demolisse edifícios de Gaza com seus residentes, o que poderia causar uma guerra abrangente na região.

“Israel se recusa a discutir qualquer outra proposta como alternativa à evacuação completa de Gaza daqueles que lá vivem. O país aguarda que Blinken convença os líderes árabes do seu plano ou inicie uma ação militar abrangente, que consiste literalmente em reduzir Gaza a escombros. Notícias que circulam nos corredores dos serviços de inteligência israelenses indicam que os líderes árabes têm até o próximo sábado para responder à proposta israelense. Se a recusa persistir, Israel planeja iniciar movimentos militares no domingo. Também há rumores nos corredores dos serviços de inteligência israelenses de que os reféns israelenses atualmente sob o domínio do Hamas podem, na verdade, ser considerados entre as perdas. Infelizmente, este é o plano, e o que está por vir é ainda pior!”

Em 20 de outubro de 2023, o Presidente Biden submeteu uma solicitação de financiamento ao Congresso Americano, buscando apoio financeiro tanto para a Ucrânia quanto para Israel. No que diz respeito aos detalhes do financiamento destinado a Israel, destacam-se os 3,5 bilhões de dólares alocados para fins humanitários. Dentre esses detalhes, um item específico abordava a assistência às pessoas deslocadas de Gaza que procurariam refúgio no Egito. É importante notar que o plano para o deslocamento da população de Gaza foi antecipado e meticulosamente preparado, contando com o acordo de diversas nações, incluindo Israel, Estados Unidos, países europeus, Canadá e nações árabes, conforme alertado pela fonte da Embaixada da Rússia.

Estes eventos, amplamente divulgados na imprensa israelense e na mídia árabe, foram negligenciados pela imprensa ocidental, especialmente na mídia brasileira. Nessa narrativa, a propaganda sionista prevalece, retratando o Hamas como um ‘grupo terrorista’ responsável por um ataque fatal contra civis inocentes, alegando ódio aos judeus, antissemitismo, e justificando por extensão a eliminação da população de Gaza sob a alegação de representar o Hamas e constituir uma ameaça à segurança de Israel.

Esse não foi o primeiro massacre de Israel, desde 1948, alegando seu “suposto” direito à defesa, quando na realidade é Israel quem sempre atacou, invadiu, colonizou e agrediu com crueldade e sadismo o povo palestino à revelia das determinações do direito internacional.

Porém a decisão e escolha de todo povo palestino para as três alternativas propostas pelo Governo Netanyahu conduzida por seus ministros, Bezalel Smotrich e Itamar Bem Gvir, não foi aceitar a paz dos túmulos e nem a covardia da capitulação – como muitos traidores concordaram inúmeras vezes, desde os Acordos de Oslo.

A escolha do povo palestino – entre fugir ou morrer – foi a de enfrentar o algoz com a cabeça erguida e dignidade, expondo ao vivo e a cores (rubro do sangue palestino) para o mundo o que estava velado e proibido pelos muros do apartheid, com a cumplicidade da comunidade internacional e da grande imprensa, mesmo que isso representasse, mais uma vez com tantos massacres, outra impiedosa sentença de morte!

Israel-EUA e seus aliados imorais estavam desde sempre decididos a praticar esse genocídio a que estamos assistindo, filmando e testemunhando, que indiscutivelmente aconteceria, mais cedo ou mais tarde – segundo fontes da inteligência iraniana, aconteceria em novembro – com ou sem a ação do Hamas.

Essa, a mídia corporativa, é a que se presta ao papel de serviçais da propaganda sionista, como analisa a jornalista Caitlin Johnstone sobre os resultados dos sentimentos de antissemitismo que toda essa carnificina está produzindo:

“Se tal coisa acontecesse, não seria culpa dos judeus – muitos dos quais estão entre as pessoas mais bondosas e íntegras da terra –, seria culpa dos governos e meios de comunicação que abriram o caminho para tal resultado. Qualquer estrutura de poder que criasse ou alimentasse uma tal dinâmica seria imperdoavelmente depravada e precisaria de ser parada para o bem da humanidade. ”

Referências bibliográficas
BEN-YISHAI, Ronny. “Como eles pensam sobre o destino dos palestinos?” Capturado em 16/02/2024. Publicado em 01/04/2023. https://abrir.link/tPEpS
EL KHALILI, Amyra. “Coisas que a mídia sionista não diz sobre o Hamas.” Capturado em 16/02/2024, publicado em 31/10/2023. Pravda, RU. https://abrir.link/RaE
________________. “Gaza e o genocídio programado para o controle geopolítico no Oriente Médio”. Capturado em 16/02/2024, publicado em 24/10/2023. Correio da Cidadania. https://abrir.link/VnTgO
JOHNSTONE, Caitlin. “The perfect recipe for a Real antisemitism crisis.” Capturado em 16/02/2024, publicado em 16/02/2023. https://abrir.link/qHTPL
“Nova Declaração do Hamas.” Capturado em 16/02/2024. Publicado em 11/09/2023. https://abrir.link/VtJcs
“Alerta da Embaixada da Rússia. Gaza no chão: o pior está por vir!” Capturado em 16/02/2024. Publicado em 13 de Outubro de 2023. https://abrir.link/pAlwO

Edição de Texto: Alexandre Rocha

* Amyra El Khalili é beduína palestino-brasileira da linhagem de Saladino e do Sheik Mohamed El Khalili. É professora de economia socioambiental, editora das redes Movimento Mulheres pela P@Z!, e Aliança RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras. É autora dos e-books “Commodities ambientais em missão de paz” e “A construção coletiva de um projeto de vidas – novo modelo econômico para a América Latina e o Caribe”, Heresis Sustentabilidade.

quinta-feira, 28 de março de 2024

ISRAEL PERDEU E O IMPERIALISMO TAMBÉM * Xavier Villar/Times of Israel

ISRAEL PERDEU E O IMPERIALISMO TAMBÉM
Xavier Villar

— Seis meses depois da blitzkrieg de Israel em Gaza, a inteligência militar do estado ocupante reconheceu relutantemente o que muitos suspeitavam: alcançar uma vitória decisiva sobre o Hamas é um objectivo inatingível. Apesar da retórica de aniquilação total do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a realidade no terreno fala o contrário.

Tzachi Hanegbi, chefe da segurança nacional de Israel, havia afirmado anteriormente que nada menos do que uma “ vitória total”Tzachi Hanegbi, chefe da segurança nacional de Israel, tinha afirmado anteriormente que era necessáriaNo entanto, como admitiu o porta-voz militar Daniel Hagari em 18 de Março, o Hamas continua a reagrupar-se – alega – e está activo em torno do hospital Al-Shifa, no norte da Faixa.

Como apontado o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, na semana passada: “Israel atacou Shifa uma vez, mas o Hamas regressou a Shifa, levantando questões sobre como garantir uma campanha sustentável contra o Hamas para que este não possa recuperar e “retomar território”.

Missão Impossivel

De um ponto de vista político, isto sugere que o exército de ocupação não pode erradicar o movimento de resistência palestiniano ou afirmar o controlo sobre o território sitiado.

O General da Reserva Itzhak Brik, que anteriormente criticou o “caos total” entre as fileiras dos soldados israelitas em Gaza, advertiu que “a destruição completa do Hamas não é viável, e as declarações de Benjamin Netanyahu sobre este assunto destinam-se apenas a enganar a população.

O fracasso de Tel Aviv em desmantelar a extensa rede de túneis do Hamas realça ainda mais a inadequação dos seus esforços militares. As autoridades israelitas confirmaram que cerca de 80 por cento do sistema de túneis do Hamas permanece intacto, apesar de meses de ataques aéreos e operações terrestres.

Esta rede, segundo funcionários do Ministério da Defesa iraniano que falaram sob condição de anonimato, estima-se que se estenda entre 350 e 450 milhas, um feito surpreendente, dado que o ponto mais longo em Gaza tem 40 quilómetros. Dois funcionários também avaliaram que existem cerca de 5.700 poços que levam a esses túneis.

O orgulho israelita de bombardear repetidamente os túneis do Hamas soa falso à luz destas descobertas. Mesmo munições avançadas, como as bombas de “penetração profunda” GBU-28, revelaram-se ineficazes contra a profundidade e complexidade dos túneis.

As provas da incapacidade de Israel para quebrar as defesas do Hamas continuam a acumular-se. Num discurso proferido em 12 de Março, o líder iraniano, aiatolá Ali Khamenei, revelou ter recebido uma mensagem da resistência palestina dizendo que “90 por cento das nossas capacidades estão intactas”.

Segundo o presidente do Comité de Inteligência do Senado dos EUA, Mark Warner, os militares israelitas conseguiram destruir no máximo um terço da rede de túneis do Hamas, acrescentando: “A ideia de que vão eliminar todos os combatentes do Hamas” não é uma ideia realista. meta."

É muito claro que o objectivo declarado de Israel de destruir o Hamas não foi alcançado, nem o será no futuro. Até o Wall Street Journal , num artigo de 29 de Fevereiro elogiando os ataques bem sucedidos do exército de ocupação às forças do Hamas, reconheceu que "Israel ainda está longe do seu objectivo declarado de eliminar o Hamas como uma importante entidade militar e política".

Os fracassos de Israel podem ser analisados a partir de duas perspectivas diferentes. Primeiro, a forma de resistência militar do Hamas é assimétrica, permitindo-lhe infligir danos a um adversário muito maior sem sofrer baixas significativas.

Compreendendo a necessidade de salvaguardar a sua dupla estrutura político-militar, o Hamas organiza operações militares em células independentes sob a autoridade das Brigadas Al-Qassam.

Em segundo lugar, o Hamas consiste não apenas numa força de combate, mas também numa ideologia profundamente enraizada na luta palestiniana pela libertação nacional dentro da noção islâmica de jihad . – ou “esforço meritório”. O poder deste movimento anticolonial e, em particular, a sua popularidade generalizada e profundamente enraizada entre o povo palestiniano, torna a sua erradicação uma tarefa quase impossível.

Em contraste com a aceitação pela Autoridade Palestiniana (AP), liderada pela Fatah e apoiada por Israel, de um governo com numerosas limitações (exemplificadas pelos Acordos de Oslo), a rejeição de tais acordos pelo Hamas reflecte a sua firme oposição à visão colonial de Israel e oferece uma perspectiva atraente e uma postura política alternativa .

Avaliação da guerra como ferramenta política

Em suma, as ameaças de aniquilar o Hamas e destruir Gaza são inúteis. Na perspectiva do grupo de resistência palestiniano, as consequências seriam muito mais graves se o povo palestiniano se submetesse às exigências de Israel.

Esta mesma lógica de resistência é partilhada pela esmagadora maioria dos seguidores do Hamas, incluindo os secularistas. Além disso, a lógica da resistência anticolonial é transmitida de geração em geração, e a dinâmica genocida do sionismo serve apenas para perpetuar essa mesma lógica.

O reconhecido fracasso do sionismo numa “vitória total” sobre o Hamas deve ser entendido de uma perspectiva política. Enquanto a ocupação colonial de Israel persistir nos seus objectivos de deslocação e conquista da Palestina, a ideologia da resistência, hoje personificada pelo Hamas, permanecerá forte.

Pesquisas realizadas entre palestinos corroboram esta análise. Um inquérito realizado pelo Centro Palestiniano de Política e Investigação em Dezembro de 2023 indica um apoio crescente ao Hamas em todos os territórios palestinianos, juntamente com um declínio acentuado do apoio da Autoridade Palestiniana.

Os dados revelam ainda um apoio generalizado às acções do Hamas, incluindo a operação de resistência Avalanche de Al-Aqsa, de 7 de Outubro, e uma exigência de demissão de Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestiniana.

A declaração do antigo vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional de Israel, reconhecendo que “não há soluções militares para os conflitos em que Israel está envolvido, particularmente na região sul”, confirma a cegueira política do actual status quo israelita.

Compreendendo o eixo de resistência

É importante notar que por vezes se assume que uma ideologia pode estar subordinada a um conjunto de interesses políticos, o que poderia levar essa ideologia a modificar os seus objectivos políticos em algum momento. No entanto, este não é o caso do Hamas, nem quando se analisam as razões da oposição do Hezbollah e do Irão a Israel.

Nem o Hamas nem o resto dos membros do Eixo da Resistência podem ser ameaçados ou bombardeados até à submissão, uma vez que estes grupos autónomos têm a sua própria agenda política que consideram inegociável, mesmo face à campanha genocida de Israel. Como o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, enfatizou repetidamente num discurso televisionado em 16 de fevereiro:

“Deparamo-nos com duas opções: resistência ou rendição, e o preço da rendição… significa submissão, humilhação, escravidão e desprezo pelos nossos mais velhos, pelos nossos filhos, pela nossa honra e pela nossa riqueza natural… O preço da rendição no Líbano significa a dominação israelita sobre nosso país.

Como exemplo, consideremos o firme compromisso do Irão com a Palestina, apesar dos riscos internos que representa para a segurança nacional iraniana, ao confrontar tanto os Estados Unidos como Israel. No entanto, estes riscos e ameaças não influenciam a estratégia política regional de Teerão, que está firmemente enraizada na sua visão revolucionária.

Isto marca uma diferença fundamental em relação às coligações militares ocidentais criadas ad hoc por Estados com ideias semelhantes para combater uma ameaça sem compromissos de longo prazo. O “ colapso ” da fraca coligação liderada pelos EUA destinada a combater as operações navais anti-Israel do Iémen no Mar Vermelho é um exemplo disso.

Em contraste, o Eixo da Resistência é mais do que uma simples coligação de grupos; Está ancorado numa ideologia anticolonial que partilha objectivos inegociáveis, mas permite diferentes estratégias para os alcançar.

Por outras palavras, todos os grupos que compõem o Eixo da Resistência – sejam sunitas, xiitas, árabes, não-árabes, seculares ou islâmicos – são capazes de chegar a acordos (e desentendimentos ocasionais) utilizando a mesma linguagem da tradição anticolonial. .

Embora a guerra em Gaza já dura meio ano, o custo em vidas e infra-estruturas palestinianas tem sido devastador. Apesar de alguns avanços tácticos por parte das forças de ocupação, é cada vez mais claro que Israel caminha para uma derrota estratégica .

O seu fracasso em alcançar os seus objectivos contrasta fortemente com a determinação inabalável da resistência palestiniana, reforçada por uma aliança regional com a sua posição intransigente contra o Estado ocupante.

quarta-feira, 27 de março de 2024

O QUE A CIA APRENDEU COM O MARXISMO LENINISMO * Rondó da Liberdade

O QUE A CIA APRENDEU COM O MARXISMO LENINISMO

REFLEXÕES FEMININAS SOBRE O ATAQUE SIONISTA À PALESTINA * Ashjan Sadique Adi/FEPAL

REFLEXÕES FEMININAS SOBRE O ATAQUE SIONISTA À PALESTINA

Eu gostaria de compartilhar uma reflexão sobre a qual venho pensando há alguns dias. Há muitas pessoas em solidariedade à Palestina no atual momento. Exercendo seu apoio em lives, manifestações, palestras, debates, escritos, reportagens, boicotes. Discussões, discussões e mais discussões. Lula denunciou a situação da Palestina enquanto genocídio; as pessoas estão lendo poemas de poetas palestinos, Israel foi denunciado para a Corte de Haia e para o Tribunal Internacional de Justiça, ocorreram derrotas de Israel quanto à narrativa, apesar do braço armado midiático ocidental, o isolamento geopolítico e a mobilização dos povos do mundo que têm peso a favor da resistência do povo palestino. Enquanto Palestina, agradeço todo apoio e reconheço sua importância, mas em verdade, nada mudou de efetivo. Já somos mais de 32 mil seres humanos mortos; as crianças estão morrendo de desnutrição, de fome, de sede, assim como mulheres e homens. Ah, os homens palestinos, excluídos das estatísticas que só destacam mulheres e crianças. Mas os homens também morrem, não esqueçamos, e são seres humanos tanto quanto. E os animais, cães, gatos, cavalos, alguns jogados de abismos pelos soldados, milhares soterrados.

E o que vou dizer é algo que geralmente compartilho apenas com homens. Nunca tive a oportunidade de conversar esse tipo de assunto com mulheres. Mas o que vai libertar a Palestina, e esta não é uma opinião pessoal, mas de muitos (homens) é a luta armada ou a intervenção militar. O resto é retórica, é papo, é discurso, que nada mudará. É necessário que países apoiadores da Palestina entrem em guerra contra Israel e forneçam armas, tanques, bombas, soldados. Porque a diplomacia é abjeta, nunca foi a nosso favor, e apenas alterou nossos mapas, permitindo mais roubo e invasão. A diplomacia é uma balela, uma obscenidade, para quem está com as pernas amputadas, com os filhos sob escombros e sofrendo cirurgias sem anestesia. Diálogo, pombinha, rosa branca, o cara*. A diplomacia é para quem tem comida na mesa, não para quem vai catar a farinha que cai de aviões e recebe tiros de fuzil de Assalto Galil. Sei que é difícil, mas não há outro caminho, do contrário lá se vão mais mortes e colonização na nossa história manchada de sangue e dor. E, aí sim, será uma guerra, de igual para igual, onde os dois campos se encontrarão em nível proporcional de luta e de combate. Porque insisto, a burocracia, a solidariedade, a retórica nunca nos foi suficiente para uma efetiva transformação nesses 76 anos de opressão. Quantos mais precisamos?!

E especificamente quero falar da Psicologia; minha área de atuação. Existe a Psicologia Decolonial, a Psicologia Política, a Psicologia Social, a Psicologia da Libertação de Martin Baró que trabalhou o contexto de guerra em países colonizados e a libertação dos povos, a psiquiatria de Franz Fanon, e a violência política do colonizado. Mas essas perspectivas, ainda estão num canto empoeirado e esquecido de nossas bibliotecas, computadores e discussões. É importante, mas não suficiente, falarmos, enquanto profissionais de Psicologia, do Sumúd - a capacidade de Resistência e de Resiliência Palestina, falar da nossa Resistência subjetiva. Mas até quando resistiremos? Até quando teremos que resistir? Até quando teremos que olhar o mar com medo de entrar? Esta resistência só nos ajuda a sobreviver em tempos de “paz” colonial, em tempos de “paz” sob ocupação, não em tempos de genocídio. Milhares de resistentes continuam a morrer sob os bombardeios.

Não somos super-heróis, nem super-humanos, nem super-homens, nem super-mulheres, nem super-crianças, nem super-idosos, somos de carne e osso, e nossa resistência psíquica, mesmo potente, não é suficiente para confrontar as bombas e escombros sobre nós. Não há subjetividade que supere a materialidade da violência, dos tiros, do fósforo branco. É desonesto fazer uma única leitura psicológica da luta, psicologizar a luta e achar que isso, apenas isso, irá resolve-la. Sejamos dignos.

Portanto, discursos de como superar a colonização com algumas dicas e toques, como se fosse uma receita de bolo é risível, se não, absurdo. A Psicologia com seu velho e clássico discurso subjetivo e individual é inoperante para libertar a Causa Palestina. Não colabora com nada. O que mudou na Palestina com as milhões de palavras proferidas nesses últimos meses? Tomada de consciência, manifestações, que bom, mas continuamos morrendo, eis a questão. Já somos 30.200 e nem o cessar-fogo chegou. A Palestina só se libertará quando Israel sentir a dor e morte dos seus, de milhares dos seus. E este dia há de chegar.

Ashjan Sadique Adi – 
doutora em Psicologia Social pela USP e diretora da secretaria de Mulheres da FEPAL – Federação Árabe-Palestina do Brasil.
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terça-feira, 26 de março de 2024

60 anos do Golpe Empresarial/Militar e a Luta Revolucionária no Brasil * Cotidiano News

60 anos do Golpe Empresarial/Militar e a Luta Revolucionária no Brasil
ANITA LEOCÁDIA PRESTES
COTIDIANO NEWS * Apresentação: Pedro Batista e Luis Mergulhão.

ISRAELGATE AL-SHIFA * The Palestine Chronicle

ISRAELGATE AL-SHIFA
A
The Palestine Chronicle 


‘Por engano’ – Israel admite publicar fotos falsas de líderes do Hamas presos em Al-Shifa.

O exército de ocupação israelense reconheceu que as fotografias dos líderes do Hamas alegadamente detidos no Complexo Médico Al-Shifa eram falsas. O exército israelense anunciou na quinta-feira que prendeu altos funcionários do Hamas durante sua operação no Hospital Al-Shifa. Uma colagem de fotos divulgada pelo exército mostrou que o líder das Brigadas Al-Qassam, Raed Saad, estava entre os detidos. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, vangloriou-se de ter detido comandantes seniores “muito importantes” do Hamas, de acordo com o The Times of Israel.

‘Lista imprecisa’

Um responsável de segurança do Movimento de Resistência Palestina Hamas, no entanto, disse numa entrevista à Al-Jazeera na quinta-feira que “a lista de fotos dos detidos no Hospital Al-Shifa divulgada pelo porta-voz do exército de ocupação é imprecisa”.

“Algumas das fotos da lista pertencem a indivíduos atualmente fora de Gaza, e outras fotos são de mártires”, continuou o responsável, notando que “três das fotos da lista são de médicos anteriormente libertados pela ocupação”. Segundo o Hamas, os relatórios “sobre a prisão de dezenas de líderes da resistência no Hospital Al-Shifa são falsos”. “O que é publicado nos meios de comunicação hebreus é impreciso e faz parte da guerra psicológica e moral contra a resistência em Gaza”, concluiu o responsável.

Adicionado por engano

O jornal israelense Yedioth Ahronoth informou na sexta-feira que o anúncio do exército israelense de que Saad foi preso no Hospital Médico Al-Shifa revelou-se falso. Numa declaração conjunta, o exército israelense e o Shin Bet admitiram que “devido a erro humano, existem várias fotos no gráfico de terroristas que ainda não foram capturados”. “Mais algumas (fotos – PC) foram adicionadas por engano”, também relatou Yedioth Ahronoth.

Al-Shifa sob cerco

Desde a manhã de segunda-feira, as forças israelenses continuaram a invadir o Complexo Médico Al-Shifa, apesar da presença de milhares de pacientes, feridos e palestinos deslocados no interior, juntamente com assassinatos, tiroteios e prisões em larga escala realizadas entre os deslocados dentro do hospital e o bombardeio de casas próximas. O exército israelense anunciou na quinta-feira que executou 140 palestinos e deteve centenas para interrogatórios, transferindo pelo menos 160 deles para Israel.

Esta é a segunda vez que as forças israelenses atacam o complexo desde o início da guerra em Gaza no passado dia 7 de Outubro, tal como já o atacaram no passado dia 16 de Novembro, após um cerco de uma semana, e depois retiraram-se após 8 dias, durante os quais os seus estaleiros, partes de seus edifícios, equipamentos médicos e até mesmo o gerador de energia foram destruídos.

Genocídio de Gaza

Atualmente a ser julgado perante o Tribunal Internacional de Justiça por genocídio contra os palestinos, Israel tem travado uma guerra devastadora em Gaza desde 7 de Outubro.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 31.988 palestinos foram mortos e 74.188 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro. Além disso, pelo menos 7.000 pessoas estão desaparecidas, presumivelmente mortas sob os escombros das suas casas em toda a Faixa de Gaza. Organizações palestinas e internacionais afirmam que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.

A agressão israelense também resultou na deslocação forçada de quase dois milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza, com a grande maioria dos deslocados forçados a deslocar-se para a densamente povoada cidade de Rafah, no Sul, perto da fronteira com o Egito – naquela que se tornou a maior cidade da Palestina com êxodo em massa desde a Nakba de 1948.

Israel afirma que 1.200 soldados e civis foram mortos durante a operação de inundação de Al-Aqsa, em 7 de outubro. A mídia israelense publicou relatórios sugerindo que muitos israelenses foram mortos naquele dia por “fogo amigo”.

The Palestine Chronicle

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segunda-feira, 25 de março de 2024

HAMAS SAÚDA O CESSAR-FOGO * ARABI21

HAMAS SAÚDA O CESSAR-FOGO
ARABI21

O Hamas apelou ao Conselho de Segurança para pressionar a ocupação a aderir ao cessar-fogo e a parar a guerra de genocídio e de limpeza étnica contra o povo palestiniano. (Anatólia)

O Movimento de Resistência Islâmica "Hamas" saudou hoje o apelo do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato e sublinhou a necessidade de alcançar um cessar-fogo permanente que levaria à retirada de todas as forças sionistas da Faixa de Gaza e ao regresso dos deslocados à as casas de onde saíram.

Numa declaração hoje, o Hamas confirmou a sua disponibilidade para iniciar um processo imediato de troca de prisioneiros que levaria à libertação de prisioneiros de ambos os lados.

A declaração acrescentava: “No contexto do texto da resolução, enfatizamos a importância da liberdade de circulação dos cidadãos palestinos e da entrega de todas as necessidades humanitárias a todos os residentes, em todas as áreas da Faixa de Gaza, incluindo equipamento pesado para remover os escombros, para que possamos enterrar nossos mártires que permaneceram sob os escombros durante meses”.

O Hamas apelou ao Conselho de Segurança para pressionar a ocupação a aderir ao cessar-fogo e a parar a guerra de genocídio e de limpeza étnica contra o povo palestiniano.

Sublinhou o direito do povo palestiniano de estabelecer o seu Estado palestiniano independente e soberano, com Jerusalém como capital, e o direito ao regresso e à autodeterminação, em conformidade com as resoluções internacionais e o direito internacional.

O Hamas saúda a decisão de cessar-fogo e está pronto para iniciar uma troca de prisioneiros
O movimento Hamas apreciou os esforços da Argélia e de todos os países do Conselho de Segurança que apoiaram o povo palestiniano e estão a trabalhar para parar a agressão sionista e a guerra de aniquilação.

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

A resolução foi aprovada por 14 membros do Conselho de Segurança, com um membro que se absteve de votar (os Estados Unidos da América).

A resolução apela a um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadão, que começou há duas semanas, desde que “conduza a um cessar-fogo permanente” e “exija a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.

Refira-se que dentro do grupo dos dez membros eleitos do Conselho de Segurança, o referido projecto de resolução é uma iniciativa da Argélia, que negociou o seu conteúdo com os restantes membros.

MANTER A UNIDADE DA RESISTÊNCIA PALESTINA * Forças da Resistência Palestina

MANTER A UNIDADE DA RESISTÊNCIA PALESTINA

Esta declaração unificada foi redigida por palestinianos empenhados na Palestina e no exílio que, como muitos outros, consideram as tentativas de fragmentar ainda mais os palestinianos e de os prender noutro processo de décadas como um grave perigo para a sua libertação nacional, que deve ser confrontado de forma clara e ética.

Nosso povo em Gaza,

Hoje saudamos você e todos os nossos bravos mártires. Você é o coração da nossa luta. É por isso que o nosso adversário está tentando quebrar o seu espírito. Nunca esqueceremos os seus sacrifícios e nunca permitiremos que os sionistas tenham sucesso.

Nossos irmãos e irmãs em Gaza, ouvimos os vossos pedidos. Estamos fazendo todo o possível para acabar com o derramamento de sangue e devemos fazer mais.

Estamos a lutar para parar a guerra genocida contra vós, para exigir sanções, para levantar o bloqueio que vos priva da vossa vida, para apoiar o vosso regresso às vossas casas, para enfrentar a cumplicidade com o regime e para resistir aos seus impulsos assassinos.

Estamos a mobilizar-nos para recusar o regresso aos massacres normalizados e ao cerco sufocante contra o nosso povo, que eram o status quo antes do início deste genocídio.
Palestinos em todo o mundo,

Entramos no século da nossa libertação e o poder ocupante está mais fraco do que nunca. Este é o momento em que nós, o povo palestiniano, devemos erguer-nos colectivamente para conquistar a nossa vitória e libertar-nos.

Veja Gaza. Ela mostra-nos o caminho, recupera o nosso poder e faz avançar a luta por uma vida melhor, não só na Palestina, mas também fora dela.

O regime colonial sionista que nos governa, Israel, continua as suas tentativas incessantes de apagar a nossa presença da nossa terra natal, aniquilar Gaza, desapropriar os nossos residentes na Cisjordânia e aprisionar, torturar e matar o nosso povo em todo o país.

Enquanto continuarmos a resistir coletivamente, sairemos vitoriosos.

Depois de mais de um século de colonização sionista e de 75 anos da Nakba e do apartheid , nós, o povo palestiniano, não só permanecemos aqui, afirmando a nossa identidade e resistindo à colonização de toda a nossa terra, como nunca desistiremos, mas estamos também a ficar mais fortes, com uma solidariedade internacional crescente unida em torno da nossa causa justa.

A cada geração, renovamos o nosso compromisso, enquanto a crise do regime sionista se aprofunda e se intensifica.
Nosso grande povo, não esqueça suas vitórias,

Em 2021, afirmamos mais uma vez que a nossa história de justiça não pode ser apagada, independentemente da crueldade e brutalidade da opressão israelita.

Durante a Intifada da Unidade, erguemo-nos com dignidade e demonstrámos uma verdade simples: os palestinianos são um só povo, pertencemos a toda a Palestina e ela pertence a nós, e os esforços coloniais para nos dispersarmos, fragmentarmos e assassinarmos irão falhar, tal como falharam em todas as outras lutas de libertação nacional.

Em 2023, mostrámos que somos capazes de surpreender os nossos ocupantes, abalando a sua presunção de invencibilidade e destruindo a sua ilusão de que podem manter o seu domínio colonial a todo o custo.

Hoje, Gaza está na linha da frente, mas não está sozinha. Os palestinos levam a nossa luta nas ruas, nos olivais, na clandestinidade, nos tribunais internacionais, nas prisões, nos campos de refugiados e em todos os desafios ao regime sionista em toda a Palestina colonizada e no exílio forçado.

Sim, há paralisia e medo. O nosso povo enfrenta poderes autoritários que tentam silenciar-nos e, na Palestina, o regime criminoso e os seus operadores alimentaram o nosso medo, prenderam e torturaram milhares de pessoas e mataram os nossos camaradas, tentando quebrar a nossa vontade.

No entanto, as nossas vozes estão mais altas do que nunca, libertando a amplitude da nossa paixão em todo o mundo. Pronunciamo-nos contra o genocídio que este regime colonial e os seus apoiantes, principalmente os Estados Unidos, estão a desencadear histericamente sobre as nossas famílias em Gaza.

Os nossos aliados internacionais, em primeiro lugar a África do Sul , compreendem que a maré está a mudar, que é hora de desafiar a hegemonia ocidental, e estão a lutar ao nosso lado por uma ordem mundial mais justa.

Entretanto, as forças de segurança servem os interesses israelitas em vez de proteger o nosso povo. Os regimes árabes antidemocráticos mantêm a normalização e a cumplicidade. E a confusa classe política da Cisjordânia e os “líderes e tecnocratas” palestinianos corruptos e ilegítimos estão ocupados a encontrar novas formas de enfraquecer a nossa justa causa e renunciar aos nossos direitos.

Tentarão apaziguar-nos e manipular-nos para que aceitemos as ilusões de um Estado, reembalando o regime do apartheid sob o pretexto de uma “solução de dois Estados”. Falarão sobre um “day after” em Gaza, supostamente para ajudar o nosso povo.

Não cometa erros. As ofertas de um Estado palestino são uma ilusão. Nunca haverá soberania palestiniana sem o desmantelamento do sionismo.

Nosso povo não será ajudado sem justiça. Estas ofertas nada mais são do que uma continuação do regime imoral, criminoso e racista do apartheid.

A divisão da Palestina nada mais é do que uma legitimação do sionismo, uma traição ao nosso povo e a conclusão final da Nakba.

Apesar da corrupção moral e política dos chamados líderes, nós, o povo palestiniano, continuamos a afirmar que a nossa luta de libertação visa um futuro de liberdade e retorno, de justiça e dignidade entre o rio e o mar. ser alcançado através da unidade da luta, baseada na unidade do povo e na unidade da terra.

Apelamos, portanto, aos 14 milhões de palestinianos em todo o mundo – na Palestina e no seu perímetro, no exílio distante ou próximo – a unirem-se em acção. Não pode haver “solução” sem que os nossos refugiados regressem à sua casa eterna, que ainda os espera.

Não pode haver outro dia em que Gaza permaneça sob bloqueio, onde os seus habitantes morram de fome . Não pode haver paz sem justiça. Nunca poderemos coexistir com o colonialismo sionista, que é um crime contra a humanidade.

Povo da Palestina,

A Palestina nunca foi e nunca será dividida. Já temos nossa pátria. A Palestina está aqui, onde sempre esteve. Queremos que ela seja livre e próspera. Queremos reconstruir o nosso povo, acolher os nossos refugiados nas suas cidades, unificar e curar a nossa terra e construir o nosso futuro juntos.

A nossa Palestina libertada, com o regresso dos seus refugiados, será um farol para toda a humanidade, acolhendo todos os que nela desejam viver em igualdade e perseguindo a liberdade e a justiça em todo o lado.

Nossa causa é uma causa justa. Apelamos a todas as pessoas de consciência para se juntarem a nós.

Apelamos a uma liderança representativa, competente e revolucionária que fale da nossa libertação nacional e represente o consenso político do nosso povo. Devemos pôr fim a todas as formas de colaboração com o opressor.

Unidos, não descansaremos até termos desmantelado os sistemas de dominação, subjugação e apartheid em todas as suas formas, pondo fim de uma vez por todas à colonização da nossa terra e do nosso povo.

E a nossa luta não irá parar até que Gaza seja recuperada, até que a Palestina seja livre.
A Palestina é a unidade da terra, a unidade do povo e a unidade da luta.
Viva a Palestina unida, viva o povo palestino.

15 de março de 2024 – madamasr.com

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