segunda-feira, 30 de maio de 2022

A QUEDA DO "TIO SAM" * Rolando Prudencio Briancon / Bolívia

 A QUEDA DO "TIO SAM"

O fim da hegemonia estadunidense implicará a implosão de sua hipocrisia e duplicidade de critérios. A hegemonia não se expressa apenas na superioridade de um estado sobre outro(s), seja em nível: militar, político, tecnológico, econômico ou qualquer outro de ordem material, mas também essa superioridade é mais sutil, e é aquela que ocorre no plano superestrutural, como o ideológico e o cultural; mas também os referentes aos valores morais, entendidos como aqueles que transcendem em manifestações elevadas do espírito; ser: solidariedade, dignidade, altruísmo, generosidade, respeito, etc.

Consequentemente, o conceito de hegemonia desenvolvido, entre outros, pelo filósofo e político marxista italiano Antonio Gramsci, entendia essa categoria política de hegemonia no plano cultural, como "O domínio, em termos de imposição, do sistema de valores, crenças e ideologias de uma classe social sobre a outra, fundamentalmente da burguesia sobre a classe trabalhadora".


Sobre a manifestação da ordem moral, a hipocrisia que é outra das armas eficazes para o imperialismo atingir seus interesses, Nicolau Maquiavel afirmou em sua obra clássica “O Príncipe”, Cap. XVIII, da hipocrisia de que: "é melhor que pareça que um príncipe tenha boas qualidades do que realmente as tenha".


O escritor francês Victor Hugo em sua obra "Os Trabalhadores do Mar", Parte I, Livro VI, diz: "um hipócrita é um paciente, no duplo sentido da palavra: calcula um triunfo e sofre uma provação".


Confúcio em sua sabedoria advertiu que uma manifestação de hipocrisia se expressa quando: "devemos fugir um momento do homem irado, e para sempre do homem oculto". O outro escritor gaulês Honorato de Balzac, por sua vez, considerou que “os hipócritas não servem a Deus, mas usam Deus para enganar seus semelhantes”.


Conseqüentemente, é a partir da combinação da hegemonia como fenômeno político, e da hipocrisia como manifestação moral, que se deve entender que, nos últimos tempos, a humanidade assiste à extinção da hegemonia norte-americana, como potência unipolar; ele também está verificando sua decadência moral, justamente pela hipocrisia com que pratica os valores morais.


O caso dos ataques de carros às Torres Gêmeas em Nova York em 11/09/2001, ou o caso das Armas de Destruição em Massa que nunca existiram! Ou finalmente o recente apoio militar de 40 bilhões de dólares!, para a Ucrânia pelos EUA governo, para encobrir o negócio familiar dos biolaboratórios Biden de produção de Armas Biológicas; bem como acabar com a Rússia, o arqui-antagonista dos EUA; São evidências mais do que evidentes e suficientes para demonstrar esse duplo padrão e hipocrisia do império ianque, que é o que deveria acabar.


E a mais recente demonstração desse duplo padrão do governo dos EUA é que, tendo o presidente dos EUA, Joe Biden, aprovado aquela quantia de 40 bilhões de dólares para a compra de armas em favor da Ucrânia, ele pediu anteontem para "ficar" diante do lobby de armas da RNF (National Rifle Association), após o massacre de Uvald.


Mas o mundo já começou a entender a falta de qualquer liderança moral dos EUA; ou pior ainda, a perda da pouca autoridade moral que lhe restava, e prova disso é que os EUA, é a fraca convocação que teve para que a 9ª Cúpula das Américas fosse realizada nos próprios EUA. ., e que com justificável razão os países dos mais de vinte países que decidiram não comparecer entendem que os EUA, é porque entendem que não tem a menor autoridade; nem a moralidade de excluir ninguém, nem de obrigar ninguém a comparecer.


É verdade que o mundo não é mais o mesmo; mas também deve deixar de ser assim, já que o opróbrio da atual Ordem Mundial permitiu não apenas a hegemonia dos EUA, mas também sua hipocrisia desavergonhada e padrões duplos.


Rolando Prudencio Briancon

Advogado 

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