quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

DOSSIÊ CAMACHO * Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros / PCTB

DOSSIÊ CAMACHO


SANTOS INOCENTES, CAIU O VERDUGO DO POVO BOLIVIANO"

Relato: Israel Santos

Santa Cruz - Bolívia


Teríamos que tomar em conta o fato de que hoje é dia de santos inocentes, e se faz brincadeiras (pegadinhas) como o 1ro de abril no Brasil. Por que faço ênfase neste fato, é que começa a circular na mídia pegadinhas de todo tipo até que começou a circular a detenção de Luis Fernando Camacho e muitos pensaram e atribuíram às pegadinhas pensando que fosse mentira, assim  não deu tempo de reagir aos seus correligionários e afins ao Camacho! E o operativo da Polícia pode se dizer que foi um sucesso por não ter tido a necessidade de enfrentamentos com a gente da direita em Santa Cruz! Isso ocorreu próximo ao meio dia no início da tarde depois de uma suposta reunião de gestão com seus su governadores na zona norte de Santa Cruz próximo a sua residência, lugar estratégico para poder levá-lo ao aeroporto com destino à cidade de  La Paz, no aeroporto houve um enfrentamento com aqueles que se supõe são seus guarda costas de Camacho e são facilmente reduzidos, até esse momento ainda parecia uma pegadinha de mau gosto para os membros da direita em Santa Cruz, até que os jornais digitais confirmam a veracidade do fato.


Aí começam a reagir indo em busca do seu caudilho até o aeroporto de Viru Viru, em vão esforço, pois o detido já estava às 14:29 a bordo de um helicóptero super puma do exército rumo a enfrentar a lei!


Agora a direita no comité cívico expressão rância do fascismo na Bolívia, estão totalmente aturdidos pois é a segunda derrota política em tão curto espaço de  tempo, puderam retirar ele a plena luz do dia, sem a necessidade de enfrentamentos com grupos radicais neofascistas, a cidade está em caos absoluto pois se sente violados em seu próprio quintal, iniciaram ações de represália contra o Estado e membros do MAS-IPSP , houve até agora toma física de dois dos aeroportos na cidade, queimaram as oficinas centrais da fiscalía de distrito, as instalações da Polícia departamental, vários pontos de bloqueio, brigas nas filas dos postos de gasolina, filas enormes pelos combustíveis.


Na cidade de La Paz também houve manifestações só que desta vez a favor da detenção, pois aí reside uma boa parte das vítimas do golpe de estado 2.019.

Os fatos ainda estão em pleno acontecimento! 


Mais novidades nas próximas horas.

TRABALHADORES PAGARAM O LOOCKOUT DE CAMACHO


O governador não tem mais o pai para acertar com os militares


Parafraseando o título do romance: "Há não há ninguém para escrever ao coronel", publicado pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez, também poderíamos dizer que é a situação que Luis F. Camacho está vivendo no momento, depois de mais de três anos atrás, ele disse que: "seu pai providenciou para que os militares não saíssem".


Aquela declaração que para além de ser a confissão da prática do crime de sedição e outros classificados como atentado contra a segurança do Estado, e fundamentos daquilo que hoje é intimado a depor, foi também a denúncia que fez contra o seu próprio pai sobre a comissão deste crime por seu pai.


Depois dessa confissão de que por sua própria vontade reconheceram a autoria do crime indicado, e até hoje nada lhes aconteceu, pelo que pai e filho respondem pelos seus actos.


Mais de três anos se passaram desde aquela época e até hoje Luis Camacho, junto com seu pai, tornaram-se cidadãos excepcionais perante a lei, pois não só não responderam por seus atos -especialmente o governador- como também atribuíram novamente os direitos das pessoas; como ocorreu com a decisão tomada há mais de um mês, quando a população de Santa Cruz foi submetida a uma greve cívica obrigatória, que resultou em danos como: a morte de pessoas, dezenas de feridos e prejuízos econômicos de 1.200 milhões de dólares. $nós; enquanto, cinicamente, o governador Camacho e os demais dirigentes do Comitê Interinstitucional não paravam de arrecadar seus suculentos salários.


Concluída a medida, Camacho e todos os membros do Comitê Interinstitucional não tardaram em declarar triunfalmente que a medida era uma vitória, tentando encobrir o que havia sido um fracasso, pois o objetivo, que era realizar a Censo, não foi alcançado em 2023.


Mas não só que se declararam vencedores do que foi claramente uma derrota; Em vez disso, Luus Camacho desafiou o governo a não responder à justiça pelo caso Golpe l de 2019, instando-os a ir prendê-lo em Santa Cruz. 


Dito e feito, bem, é o que acaba de acontecer com Camacho, que em uma operação de um grupo de elite da Polícia -ele também não tem mais o matador Mamani para acompanhá-lo como em 2019- acaba de ser preso para responder por esses atos criminosos cometidos há três anos.


Certamente é como diz aquele velho ditado: "A justiça demora, mas chega", e mesmo que o tempo passe, esses fatos não são esquecidos; embora aqueles que em algum momento "arranjaram" para serem protegidos pelos policiais golpistas; Hoje não têm nem pai para tirar os cílios do fogo.


Rolando Prudencio Briancon

Advogado 

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Camacho não foi preso por vingança, foi preso porque "o povo não esquece que foi derramado sangue durante o golpe".


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RELATÓRIO CRIMES DE CAMACHO 28 12 22

DECLARAÇÃO

A Red Contato Sur oferece seu apoio ao Governo boliviano nas ações judiciais contra pessoas que atentaram contra a vida de bolivianos que lutavam pela democracia.
Como meio de comunicação internacional, solicitamos fornecer todas as garantias constitucionais para que o devido processo seja enquadrado nas leis do Estado Plurinacional da Bolívia e seja punido com a pena mais alta que a justiça aplicar Ruben Suarez Diretor RedContactoSur

ARGUMENTÁRIO.

Os simpatizantes de Camacho e seus associados insistem que sua detenção é "política" e "ilegal", tentando ignorar que o primeiro é um dos principais réus do caso Golpe de Estado I, motivo pelo qual foi preso hoje, 28 de dezembro de 2022. Mas, qual foi o impacto das violações dos direitos humanos do golpe de 2019 que levou Luis Fernando Camacho e outros atores (Golpe I Caso)? O relatório do Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes (GIEI) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) estabeleceu que durante este golpe foram cometidas graves violações dos direitos humanos na Bolívia, onde pelo menos 38 pessoas perderam a vida, centenas ficaram feridas e milhares presos e reprimidos. Luis Fernando Camacho é um dos seus principais dirigentes.

• O relatório da organização internacional lembra que em 8 de novembro, policiais de Cochabamba, reunidos na Unidade Tática de Operações Policiais (UTOP), iniciaram um motim, com múltiplas demandas, que incluía a renúncia do presidente Evo Morales Ayma. O candidato presidencial da oposição, Luis Fernando Camacho, publicou mensagens triunfantes por ocasião do levante e, algum tempo depois, revelou que junto com seu pai havia negociado o motim com a polícia.

A reportagem indica que em 10 de novembro, após a notícia da renúncia de Evo Morales, os líderes oposicionistas Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari transmitiram mensagens de forte teor religioso. Entraram no Palácio do Governo com a carta de renúncia, a bandeira da Bolívia e a Bíblia, que foram colocadas no chão e de joelhos agradeceram a Deus. Um pastor evangélico, seguidor de Camacho, declarou: “a Bíblia voltou ao Palácio do Governo; a Pachamama nunca mais voltará; hoje Cristo volta ao Palácio do Governo; A Bolívia é para Cristo”.

Luis Fernando Camacho foi protagonista central do golpe de 2019

Nesse mesmo dia, Luis Fernando Camacho postou esta mensagem nas redes sociais:

“Deus voltou ao palácio e 15 minutos depois começaram as renúncias de todos os criminosos deste país! Bolivianos! Amanhã abrimos processo contra senadores, deputados, ministros, vice-ministros e todos aqueles que humilharam nosso povo... não é ódio nem vingança, é justiça! Deus abençoe a Bolívia! Deus abençoe nossa juventude!

" o relatório de peritos independentes

1. O relatório do GIEI estabeleceu que, entre 1º de setembro e 31 de dezembro de 2019, massacres, torturas, perseguições, detenções ilegais, atos de racismo e graves violações dos direitos humanos foram perpetrados na Bolívia.

2. Pelo menos 38 pessoas perderam a vida devido aos massacres e atos de violência em várias partes do país, e centenas sofreram ferimentos graves, tanto físicos como psicológicos.

3. Verificou-se que houve execuções sumárias nos massacres de Sacaba, Senkata e El Pedregal.

4. A Polícia e as Forças Armadas, isoladamente ou em operações conjuntas, utilizaram força excessiva e desproporcional, não prevenindo adequadamente os atos de violência; deixaram os cidadãos desprotegidos e não cumpriram seu papel constitucional.

5. O Decreto 4.078 foi promulgado para isentar de responsabilidade criminal o pessoal das Forças Armadas.

6. Grupos de choque (RJC e UJC) praticaram atos de violência e ataques a pessoas e bens públicos e privados diante da passividade deliberada da Polícia. Eles assumiram tarefas de “parapoliciais” durante o motim policial.

7. A polícia e as Forças Armadas praticaram condutas que contribuíram para o aumento da violência e violação dos direitos humanos. A Polícia não foi capaz de salvaguardar o pleno exercício do direito de protesto nem cumpriu adequadamente o seu dever de prevenir actos de violência, garantir a segurança das pessoas e a ordem pública.

8. Motivos políticos foram evidentes nas ações policiais.

9. No quadro do aprofundamento da polarização social e política, apelou-se à identidade étnica como critério que indicava a pertença ou não à sociedade boliviana.

10. As adesões políticas foram perigosamente racializadas e em momentos importantes tentaram ser utilizadas como fator de exclusão dos espaços institucionais.

11. A violência racista perpetrada contra os povos indígenas, inclusive contra as mulheres indígenas, especialmente agredidas naquele momento, deve ser reconhecida e os responsáveis ​​punidos.

12. Foram constatados atos de tortura e abusos psicológicos e racistas cometidos por policiais contra detentos, em sua maioria jovens e indígenas.

13. Algumas apreensões indicam discriminação racial, com a humilhação dos detentos por suas características fenotípicas associadas à origem indígena.

14. Os atos de discriminação racial manifestaram-se em maior medida nas ações conjuntas de militares e policiais. A repressão e o uso de linguagem racista e anti-indígena foram direcionados exclusivamente contra a população mobilizada, em sua maioria indígena, trabalhadora e camponesa, como ocorreu em Betanzos, Yapacaní, Montero, Sacaba e Senkata. De fato, a grande maioria das pessoas feridas, mortas ou detidas desde 10 de novembro pertencia a esse segmento da população.

15. O uso da Bíblia e da religião durante as reuniões dos comitês cívicos desempenhou um papel importante para justificar a causa divina de seu movimento contra Evo Morales e promover uma ideia anti-indigenista.

16. Constatou-se tratamento discriminatório nos serviços de atendimento médico a vários feridos por arma de fogo que vinham receber socorro e muitos optaram por não recorrer a hospitais e centros públicos.

17. Foram violados os direitos dos jornalistas identificados como “filiados” ao governo deposto, acusados ​​de serem “masistas”.

18. O massacre de Senkata, com 10 mortos e 78 tiros, foi justificado pelo governo de fato com a versão de que os manifestantes pretendiam incendiar a usina de gás de El Alto. A investigação mostrou que nenhuma evidência foi encontrada para apoiar essa teoria, nenhum material explosivo foi encontrado na área e as estruturas sensíveis da usina não foram ameaçadas pelos protestos.

19. O direito à presunção de inocência foi sistematicamente violado, pessoas foram detidas, processadas e encarceradas por postarem nas redes sociais, por ajudarem outras pessoas, por prestarem assistência médica, por suas roupas, aparência ou traços faciais.

20. Foram verificados casos de violência sexual e de violência baseada no género, as mulheres detidas foram sujeitas a apalpações de carácter sexual e humilhações por parte de agentes da polícia, foram obrigadas a despir-se e foram brutalmente espancadas. A violência obstétrica também foi identificada.

Ministério Público inicia investigação do caso Golpe de Estado I

Depois de algum tempo, o Ministério Público iniciou as investigações sobre o caso de um golpe de Estado I, no qual a então presidente de fato, Jeanine Áñez, membros do então Alto Comando das Forças Armadas e da Polícia boliviana estavam envolvidos pelos crimes de terrorismo e conspiração. A eles se juntam cerca de 15 políticos da direita neoliberal, dirigentes da Igreja Católica, representantes da União Europeia e de países como o Brasil que convocaram reuniões e assumiram a representação de quem sabe para montar supostas “mesas de diálogo” mas planejou o golpe.

Entre os ex-chefes militares investigados está o ex-comandante das Forças Armadas William Kaliman, os ex-chefes militares Flavio Arce, Carlos Orellana, Jorge Fernández, Jorge Terceros, Jorge Mendieta e Palmiro Jarjury. Eles se juntam ao ex-comandante da polícia Yuri Calderón.

O Ministério Público investiga os políticos neoliberais que planejaram e tramaram o golpe nas reuniões realizadas nos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2019 na Universidade Católica Boliviana (UCB). Participaram do encontro políticos de direita: Jorge Tuto Quiroga, Carlos Mesa, Samuel Doria Medina, Óscar Ortiz, Ricardo Paz, Roberto Moscoso, Luis Vásquez Villamor, Giovana Jordán, Juan Carlos Núñez, Jerjes Justiniano León de la Torre (embaixador da União Européia) e Carmelo Angulo (ex-embaixador representando a Espanha na auditoria da OEA). Rolando Villena e Eugenio Scarpellini, ambos já falecidos, também faziam parte da trama.

O ex-presidente de fato, os então chefes militares e policiais estão sendo processados ​​neste caso pelos crimes de terrorismo e formação de quadrilha derivados do golpe de estado de novembro de 2019. Neste caso, o governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, também está sendo investigado, e seu pai José Luis, e outros.


FONTE
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