sábado, 8 de julho de 2023

Otto René Castillo e Bertolt Brecht na guerrilha * Pablo Solana/La Tizza

Otto René Castillo e Bertolt Brecht na guerrilha

Com 32 anos e um prestigiado literário bem ganho, Otto René Castillo decidiu resumir a lucha armada. Hizo tareas de formación política y teatro con los guerrilheiros. Cayó en manos de un capitán del Ejército que con torturas le cobró su arte: «¿Así que vos sos el poeta que dice que se cairá sin voz para que Guatemala cante?». Seu corpo continua desaparecido. Su poesía, en cambio, por ahí anda, aunque hojevía no del todo valorada.

Texto tomado da revista Lanzas y Letras , publicado em 7 de abril de 2023.

O revolucionário é um poeta em ação.
Tomás Borge

Minha vida na guerrilha é minha maior poesia.
Otto René Castillo

Elguerrilheiro tinha superpoderes, ou mais bem artefatos que davam talentos especiais. Algo mais parecido com o Batman do que com o Superman. Levaba um anteojo com o que vê no futuro, uma boina que o torna muito inteligente, umas botas «siete léguas» — esas de montar bem estilizadas que animan mais de uma leyenda centroamericana — que permite andar e andar pela serranía sem cansarse. E uma brújula que o orienta, mas não na geografia sino para diferenciar o que estaba bem do que estaba mal. Outro talento sim era o próprio, não dependia de utensílios: no último tempo havia desenvolvido um coração tão forte que permitia amar em todos os sentidos imagináveis: podía enamorar, querer com devoção a meninos, niñas e pessoas maiores que precisassem de cuidado e, por suposto, amar a seu povo ya sua pátria como o que mais.

Embargo de pecado,
en un descuido, un soldado con el que se cruza en la sierra le dispara y lo captura. Le saca los lentes, la boina, las botas y la brújula y se calza todo él, mas não logra muito. Não consigue sentirse querido por las familias campesinas. Então, golpeia o guerrilheiro para que ele diga o segredo.

Esta é a contestação que mais allá dos artefatos, para desenvolver um coração forte e poder amar o povo e que o povo o respeite, o único segredo foi resumido às Forças Armadas Rebeldes (FAR). Deixe o exército e passe para a guerrilha.

O soldado, enfurecido e nublado pela impotência, voltou a golpeá-lo até a morte. Arrume seu coração em busca de uma resposta que lhe permita compreender o mistério do amor.

Os gritos com os que aumentam o guerrilheiro após a morte chamaram a atenção de algumas famílias campesinas. Se aproximan y, cuando ven la situación, la empreenden contra el asesino. Aunque no tienen armas, vengan a golpes el crimen del guerrilheiro.

Se o corpo do revolucionário caiu. Junto a todo el pueblo, le dan sepultura e le rinden los honores correspondentes a um herói popular.

Assim recorda ao comandante guerrilheiro César Montes uma das obras de teatro que Otto René Castillo montou no acampamento da Frente Edgar Ibarra das FAR. Seguramente após o final, no meio do Congo por todo o herói, eles atuaram e assistiram à obra se debatendo a história. «Otto explicaba con suma sencillez cómo un gran autor alemán, Bertolt Brecht, havia hecho teatro renovando técnicas y temas», recorda Montes. Antes de autorizar o experimento, haían discutiu:

— ¿Y vos creés que voy a poner a nuestros combatientes, experimentados y resistidos por los confrontaientos y las dificultades, a hacer teatro? –havia dito o comandante.

— Creo poder hacer, con el teatro, lo que no se puede lograr con las balas — replicó el poeta. Montes reconstruíram em um livro com suas memórias a anedota, e o argumento de que Castillo le dio: participação. Isso não pode ser feito com os fusíveis. Seu propósito é apresentar obras de teatro conhecedoras que permitam aprofundar e ampliar a integração popular ao projeto político; precisamente o tipo de teatro que a sociedade burguesa não permitiria que jamás representasse. Um projeto político assim vai ser defendido depois do próprio povo pueblo, embora em um princípio no tenga armas; ya se harán de ellas, para defender mejor sus derechos.

Depois de escucharlo, el jefe lo dejó hacer. Tenía outro esquema na cabeça quando o tinha designado responsável pela formação ideológica da Regional Oriental das FAR, mas confiou nele. Otto René Castillo, que em seus ratos libres leía uma edição de Das Kapital de Karl Marx, também, em idioma original, puso a testar obras de teatro e projetar um plano de alfabetização, porque muitos dos camponeses que se sumaban não sabiam ler.

Passou mais de três meses até que o sucedeu ao protagonista de sua obra. «Aunque a él no le pudimos rendemos honras porque desaparecieron su corpo», recordará Montes. «La historia ama las paradoxos», sentenció alguma vez Brecht, portador de um humor ácido a prova de tragédias.
Castillo en Alemania. Allí conheceu a proposta teatral revolucionária de Brecht

Antes de entrar em esos fatídicos dias de março de 1967, recuperaremos o contexto histórico por el cual Otto, assim como milhas de jovens, intelectuais, trabalhadores e famílias campesinas se voltam para a lucha armada.

Una hoja que cae toda llena de otoño
Compañeros mios
eu cumplo meu papel
luchando
com o melhor que tenho.
Qué última que tuviera
vida tão pequena,
para tragédia tão grande
e para tanto trabalho
Não me apena dejaros.
Com vocês fica minha esperança.
Sabéis,
eu hubiera gustado
chegar até a final
de todos estes ajetreos
com vocês,
em meio a júbilo
tan alto. Lo imagino
y no quisiera marcharme.
Pero lo sé, obscuramente
eu lo dice la sangre
com sua voz tímida,
que muito pronto
cairé viudo del mundo.

Na primeira parte, «Otto René Castillo, poesia y revolución», mencionamos as circunstâncias nodais de sua vida, sua obra e seu compromisso revolucionário: a criação em uma família politizada, a adesão ao governo nacionalista de Jacobo Árbenz, sua militância juvenil e seu ingresso no Partido Guatemalteco del Trabajo. Na segunda, «Otto René Castillo e Roque Dalton. Poesia y revolución», indagamos no vínculo profundo, revelador, que mantuvo com seu amigo, colega e camarada salvador Roque Dalton.


Situémonos ahora en los años preos al desenlace. As ditaduras que sucederam ao golpe de Estado de 1954 não deixaram mais do que suportar a perseguição contra os setores democráticos. Mas não será até o ano de 1962 quando tomen forma as primeiras organizações guerrilheiras na Guatemala.

Em maio de 1960, a pouco da entrada vitoriosa de Fidel a La Habana, o PGT no que Otto militaba definiu no seu III Congresso, realizado na clandestinidade, a validade de «todas as formas de luta». Él segue los acontecimientos desde a Alemanha comunista, onde tinha ido a estudar por meio de uma beca facilitada pelo Partido. À distância, começou a tramar sua aproximação à lucha armada. Em meados de 1962, decidiu abrir os estúdios e se integrar à brigada de cineastas que dirigia o holandês Joris Ivens, que se propunha a documentar as insurgências latino-americanas desde o início. Para isso, o treinamento do grupo constava de formação cinematográfica, mas também militar.
Otto con câmera y con fusil

Ese mismo año se crean las FAR en su país. A organização teve em comum com outros guerrilheiros latino-americanos a incorporação de jovens oriundos do partido comunista (PGT, no caso da Guatemala) que renegaram a tese pacifista promovida pela União Soviética.

Mas, diferente da prefeitura dos outros grupos armados, neste caso confluyeron además um grupo de militares nacionalistas como o Teniente de Infantería Luis Augusto Turcios Lima, ex-oficial do Exército da Guatemala, que se converteu no principal dirigente da guerrilha em esa etapa. Las FAR se notaram por meio de emboscadas al Ejército, toma de poblaciones y sabotajes econômicos. Durante os anos de 1964 e 1965, lograram sortear duas ofensivas militares, mas os golpes se sucederam. Para finais de 1966, quando Otto René finalmente se resumiu, os guerrilheiros da frente ficaram debilitados.
Escala en Cuba: Y ahora quiero caminhar contigo

Eu voy,
ya no soy más
el áspero monólogo
que se repete em esperanza.
Agora soy el abandonado, la hoja
que cae del árbol
toda llena de otono
que habrá de sentir
durante algún timepo hojevía
la bondadosa presença
del árbol.

«Alguien me ha contado que él estuvo allá, en la preparación de la guerrilla en la isla, pero no lo he comprobado», contou seu filho Patrice Castillo em uma entrevista em 2010. Las escasas reseñas biográficas que existem sobre Otto René mencionan un paso por Cuba antes de seu último retorno clandestino à Guatemala, mas não dan mayor precisão.

Gravamos brevemente o narrado com mais detalhes na primeira parte: Em abril de 1965 o poeta foi expulso da Guatemala após uma detenção policial. Nesse momento, preparou uma incursão aos acampamentos guerrilheiros para filmar as imagens que usariam a brigada de cineastas com o que havia vinculado na Alemanha. Exilió no México, y al poco time fue designado como o representante guatemalteco ante o Comitê Organizador del Festival Mundial de la Juventud que estaba planejado para ser realizado na Argélia. Embora o festival não tenha se concretizado pelo golpe de Estado que derrubou o líder independente argelino Ahmed Ben Bella em junho de 1965, a responsabilidade que teve Otto lhe permitiu viajar. Estuvo allí cuando fue el golpe y pasó por Austria, Hungría y Chipre.

Finalmente viajó a Cuba, e sobre essa etapa se diluiu as precisões. Allí «permaneció algún time», coinciden sus escuetas biografías, y no agregan más.

O responsável pelas relações políticas de Cuba com as organizações revolucionárias centroamericanas nos anos seguintes, Norberto Hernández Curbelo, confirma haberlo conhecido neste passo pela ilha:

«Otto René Castillo promoveu a ideia de organizar uma guerrilha centroamericana. Sempre se habló deste tema, mas até onde eu nunca tomei uma decisão de formar essa organização. Nós manteníamos al tanto del asunto para ver cuál iba a ser sua evolução posterior. Aqui preparamos militarmente um grupo de centroamericanos que se chama “los calecas” onde havia hondurenhos, guatemaltecos e salvadorenhos; seu objetivo era incorporar a luta revolucionária na Guatemala.»
Em Cuba, centros educativos distintos levam o nome de Turcios Lima

O recuerdo de Curbelo é importante, porque é um dos fundadores do Vice-Ministro Técnico (VMT) do Ministério do Interior da Revolução, como se chamou em um princípio o organismo encargado de apoyar a lucha armada em todo o continente. Se trata da mesma dependência comandada pelo lendário Manuel Piñeiro, Barbarroja— e monitorado de perto por Fidel — que ao longo dos anos mudará seu nome para a Direção Geral de Libertação Nacional (DGLN) e mais recentemente para o Departamento América, quando passou a ser órgão dependente do Comitê Central do PC cubano. Curbelo fue, además, representante diplomático nas embaixadas da Colômbia, Panamá, Equador, Venezuela e Uruguai. Suas palavras coincidem com o testemunho do falido poeta guatemalteco Arqueles Morales, que em 1972 escreveu com Roque Dalton o texto sobre Otto René Castillo que reseñamos na segunda parte desta história.


Mas para entender a importância da passagem de Castillo por Cuba é fundamental contextualizar o encontro que você aliou com o líder guerrilheiro Turcios Lima:

«Em 1965 participou pessoalmente na preparação da viagem clandestina a Cuba de Luis Augusto Turcios Lima, que neste momento era o comandante em chefe das FAR — conta Curbelo, o funcionário cubano — . Isso implicava um grande esforço de solidariedade porque tanto ele como os principais dirigentes das FAR eram muito perseguidos pelos órgãos especiais dos Estados Unidos. Graças a esta operação, Turcios pôde participar da Primeira Conferência Tricontinental realizada em La Habana em janeiro de 1966 e regresar a Guatemala».

As FAR foram um dos tantos grupos que contaram com a solidariedade e apoio de Cuba em sua luta antiditatorial. Turcios Lima era uma figura respeitada da izquierda continental. «Yo he conocido muchos dirigentes revolucionarios latinoamericanos, a casi todos. Pero em minha opinião sobresairon Luis Augusto Turcios Lima y Jaime Bateman Cayón [fundador do M-19 na Colômbia]», valora Curbelo. O próprio Che pone al guatemalteco como exemplo en su «Mensagem a los pueblos del mundo a través de la Tricontinental», en el que llama a criar «dos, tres, muchos Vietnam».

Durante aquele tempo na ilha o dirigente das FAR foi recebido no Departamento de Filosofia de La Habana, e especialmente convidado a fazer parte da Primeira Conferência Tricontinental que se hizo na ilha em janeiro de 1966, onde partilhou cenas com figuras como Salvador Allende e o próprio Fidel.

Otto estuvo allí. Afirma dos comandantes guerrilheiros que fueron seus chefes, César Montes e Pablo Monsanto, que agregam outros dados: Castillo e Turcios Lima já se conhecem, porque este último o havia contatado na Europa para convocar o poeta a sumarse a sua organização. O investigador guatemalteco Mario Morales detalla: «Otto viaja para La Habana e se entrevista com Luis Turcios Lima em janeiro de 1966 (Turcios moriría el 2 de outubro deste mesmo ano). Em Cuba se junta com Nora Paiz, militante revolucionária, com quem ingressou na Guatemala em novembro de 1966».

O encontro com o máximo dirigente de las FAR bajo el cobijo de Cuba, que estaba brindando no solo apoio político sino también entrenamiento a los grupos armados, confirma que el paso de Castillo por la isla tuvo por objetivo preparar su ingreso definitivo a la guerrilla en su país.

Assim como acontece com Roque Dalton, no caso de Otto René Castillo existe a tendência a sobredimensionar sua decisão pessoal, como se tratasse de grandes figuras da literatura que de pronto decidiu, em um gesto heróico e romântico, volcarse a la aventura guerrilheiro. pero

lo que hay detrás desta decisão é um processo prolongado de involucramiento político, e sobre todo orgánico: ni Dalton ni Otto René resolveu sua situação na solidão do intelectual. Fue el encuadramiento militante colectivo el que los llevó, como a gran parte de aquellas generaciones, al compromiso final.

No solo están aqui los tira-tiros
Si escreve um poema,
puede que mañana
te sirva de epitáfio.
Si el día está hermoso
e ríes,
pode ser a noite
te encontro em um celda.
Si besas a la luna,
que acaricia tu hombro,
pode ser um cuchillo
de sal
nazca de madrugada
en tus pupilas.
Amargo sabor a luto
tiene la tierra donde vivo,
minha doce bailarina.
Sabes,
creo
que ele retornou
no meu país
tan solo para morir.
Sim, verdade,
não compreendo hoje.

Pablo Monsanto segue usando esse, em nome da guerra, mais de um quarto de sigo depois de ter se integrado à vida legal na firma de Acuerdos de paz. Pouco importa que tenha sido batizado em 1945 como Jorge Ismael Soto. Hoje, a mais de 50 anos de sua iniciação guerrilheira, com seu nome de combate segue fazendo política por izquierda. É uma figura lendária. Fue él quien estuvo al frente de la coluna rebelde en la que Otto René Castillo passou sus últimos meses de vida antes de ser capturado por el Ejército. Recibió en las oficinas de su nuevo partido, Convergencia, en la ciudad de Guatemala, una tarde soleada de 2018.

— Como foi sua relação com Otto?

— Compartimos muito en el poco tempo que estuvimos en la guerrilha. Hicimos una buena amistad porque a él lo signaron para que me prepare a mí teoricamente, porque yo estaba designado a assistir a la reunión que iba a haber en Egipto, onde se iba a reunir la organização mundial que se había hecho en La Habana, el Movimento Revolucionário da América Latina. [1] Entonces con él hablábamos mucho, me daba clases de teoría marxista, que fue la que él legó a conocer a fondo. Fue uno de mis profesores, de mis mentores. O que passou é que foi muito pouco tempo, poucos meses.

— Como se incorpora él a la organización?

— Yo lo conocí cuando él recién vino de La Habana, lo conocí aquí en la ciudad de Guatemala. Cuando íbamos en la montaña yo le hacía bromas por el poema ese «Vamos patria a caminar», porque nos sentábamos a descansar, y cuando nos levantábamos yo me echaba la mochila y le decía: «Vamos, Patria, ¡a caminar!». Quando Otto se incorpora, o movimento guerrilheiro estabelece a defesa total. Após a morte do Comandante Turcios Lima, o inimigo estava lançando uma operação decisiva na Sierra de las Minas, onde nos encontramos. A situação era muito difícil, a reação nos bombardeava com napalm. Além disso, nos dejaban en los caminos los cadáveres de los campesinos que asesinaban con letreros en el pecho: murió por comunista, o por guerrilheiro. A él lo integraron a la unidad guerrillera que estaba bajo mi responsabilidade.

— ¿Cuánto tiempo estuvo Otto en la guerrilha?

— Ele subió à serra como no mês de dezembro de 1966, e essa luta foi em março. Apenas legó a estar dois o três meses, porque ese combate [en el que lo capturan] se produziu em março de 1967, para a Semana Santa. Fue Lunes Santo o Domingo de Ramos. Ao subir pelo rio, Otto e Nora Paiz, um companheiro que estaba algo enfermo ya que el cuidou este último tempo, encontraram uma brecha, um caminho de caballos e de mulas. Siguieron el camino, bajaron a una aldea y ahí los captureon. Los llevaron a una base militar, a una aldea que se chama Las Palmas. Ahí los estuvieron torturando y finalmente los quemaron vivos.

— É a conversa de outros escritores, intelectuais, que poderiam resumir à lucha armada?

— Él era muy crítico. Eu sei que estuvo em Chalatenango, sua cidade natal, e que ali você se reúne com grupos de intelectuais e escritores. Por suposto que él les hacía un llamado que se incorpora ao movimento revolucionário. Mas a situação nesse estágio era extremamente difícil, aqui a maioria dos intelectuais assesinaram nas chamadas, saindo da universidade los mataban, tem uma lista enorme de asesinados que eram miembros do PC na sua mayoría, miembros da FAR. Otto assumiu uma atitude de cara para os intelectuais, de cara para a gente que estabelecia a expectativa de que era o que passara, porque aqui hubo uma tendência e uma corrente até dentro do Partido Comunista que decía, bueno, os políticos, os teóricos e os intelectuais são os que estão no Partido, e os que estão na guerrilha são os tira-tiros. Entonces, eu sinto que Otto lo que hace al incorporarse a la guerrilla es decir «no solo estan aquí los tira-tiros, sino también los intelectuais, y estamos dispuestos a luchar por todos los medios». Porque parte das discussões, dos debates e dos problemas políticos que fizeram o movimento revolucionário nessa época por esse tipo de señalamientos que se fazia. A nós veían como los Rambos, como los muy buenos para combatir, pero que para elaborar teóricamente y politicamente não tínhamos las capacidades que tenía la gente que se supone se havia formado en las universidades y en la Unión Soviética.

— Você sabe se durante esses meses escreveu poesia em outros textos?

— Otto tenía sus libros, sus apuntes, pero la mochila que llevaba la captureon, y ahí iban sus cosas. Ele tinha uma câmera. No momento em que um general me manda uma foto, ya cuando estamos em negociações de paz, ele disse, mire, esta foto me levou Otto René Castillo, esta foto é de sua câmera. Tudo isso caiu nas mãos de seus captores.

Alguém será a cordilheira popular que se levanta

Suele mencionou a brutalidade com que foi torturado e assassinado Otto René Castillo, o ensaio de que o endilgaron havia alzado sua voz de poeta contra o regime. Sem embargo, seu caso não foi exceção: a repressão na Guatemala foi das mais sanguinárias.

A Comissão para o Esclarecimento Histórico que acompanhou os Acuerdos de Paz de 1996 estimou em torno de 200.000 as vítimas da violência no meio siglo entre o Golpe contra Árbenz e a firma de los acuerdos que se propôs dar um cerre a este ciclo histórico .

A prensa oculta o sequestro e as torturas

Sua hermana Zoila tentou reconstruir os hechos. Fue a Zacapa, a uns 150 quilômetros ao norte do país, onde Otto e os outros foram capturados. Buscando o cadáver que os militares desapareciam, e do qual não se sabe nada até hoje. Seu depoimento foi reconhecido por Mario Morales no livro La ideología y la lírica de la lucha armada , publicado na Guatemala pela Editorial Universitaria, em 1994.

«A versão da forma criminosa em que Otto René fue torturado e assassinou o deus do monstro que vestia uniforme e ostentava o grau de capitão do Exército Nacional dirigia a tortura e o interrogatório», conta a mulher. «En la montaña y en la lucha clandestina usaba el seudónimo “Miguel”, quizá en memoria de Miguel Hernández, el gran poeta español, a quien le escribiera unos poemas. Mas uma vez capturado foi identificado como Otto René Castillo. “¡Ajá!, assim que vos sos el poeta que dice que los coroneles se orinan en los muros de la pátria… Con que vos sos el que se cairá ciego para que la pátria vea… Assim que vos cairás sem voz para que Guatemala cante… Pues se te hizo, cabrón, porque todo eso é lo que realmente te va a pasar, y no en versitos sino en la pura realidad”. Com uma gillette segura em uma variedade de bambu, atado de pies y manos, le cortaban la cara a cada frase que le decían (basándose en el poema “Vamos Patria a caminar”). Le gillettearon los ojos, la boca, las mejillas, los brazos y el cuello.»

Após este relato, solo cabe voltar à poesia. Impedir o triunfo dos verdugos. Devolverle la voz al poeta para que outra vez cante:

Vamos patria a caminar, yo te acompaño,
yo bajaré los abismos que me digas,
yo beberé tus cálices amargos,
yo me cairé ciego para que tengas ojos,
yo me cairé sin voz para que tú cantes,
yo he de morir para que tú no mueras,
para que emerja um rostro flamejando al horizonte
de cada flor que nazca de mis huesos.
Tiene que ser assim, indiscutivelmente.
Ya me cansé de llevar tus lágrimas conmigo
y ahora quiero caminhar contigo, relampagueante,
acompañarte en tu jornada, porque soy un hombre
del pueblo, nascido em outubro para la faz del mundo.
Pátria,
los generales acostumbran orinar tus muros
pero nosotros vamos a lavarte con rocío,
por ello pido que caminhamos juntos, sempre
com los campesinos agrarios
con los obreros sindicales;
com o que tem um coração para querer.
Vamos patria a caminar, yo te acompaño,
naveguemos el siglo veinte sin negarlo,
yo te doy mi brazo impessoal, mi corazón manzana,
mi frente que cresce sobre la faz del trigo.
Alguém dará a mão ao abismo do albañil aéreo
y el pie cuadrado del arcilloso peón,
el pecho mineral del hombre de las minas
e o grito final do ferroviario muerto,
alguien será a cordilheira popular que se levantará
para revisar a história do homem sem dor
que enche de dor a vida dos homens.
Vamos patria a caminar, yo te acompaño.

Notas:

[1] Refira-se à Primeira Conferência Tricontinental que se realizou em Cuba ya segunda, que se pensou realizar em 1968 em El Cairo.

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