domingo, 6 de agosto de 2023

BRICS CONTRA O “FIM DA HISTÓRIA” * Rolando Prudêncio-Bolívia

BRICS CONTRA O “FIM DA HISTÓRIA”
Os BRICS e o entusiasmo por uma nova Ordem Mundial Multipolar se multiplicam a cada dia

Pode-se comparar o que está acontecendo hoje com o desejo impetuoso de ingressar no bloco BRICS por parte de vários outros países, e que ainda não fazem parte dele; com aquela corrente que nos anos 90, e após a queda do muro e também da ex-URSS, surgiu da mão invisível do império norte-americano e instalou no imaginário a ideia de que: "o trem da história foi acontecendo e que se não subíssemos ficaríamos vendo passar".

Claro que não é assim, pois não se trata de um modismo passageiro ou algo semelhante, nem se trata apenas de idealizar um "outro mundo possível", mas sim de que esta nova Ordem não está mais sujeita à superioridade, nem ao excepcionalismo de qualquer poder imperial que se supõe ter sobre os outros, como era então.

E foi assim que muitas nações aderiram alienadamente àquela filosofia do "Fim da história" fundada pelo "futurista" de Fukuyama, sustentando que a história havia chegado ao fim, e que não havia outro horizonte possível de se ver. a vigente, como a ainda Unipolar Order, baseada na democracia liberal e na vigência do mercado sobre as pessoas, que se impôs após o fim da Guerra Fria, sob o predomínio do dólar.

Limitar-se-ia também a ter um pêndulo como perspectiva permanente de que, segundo a evolução fatalista da história, seria o momento de o mundo caminhar para outro extremo, em torno de outro eixo; não mais ao hegemônico americano, que era aquele sobre o qual girava a Ordem Unipolar; mas para outra opção, outra Ordem, que é para onde o mundo está se movendo, pois é uma ordem Multipolar.

E é assim que a simplificação e a síntese seriam se o mundo se movesse hoje ciclicamente em direção a essa outra corrente, porque é a vez de ser assim agora. Ou seja, o mundo, como efeito de um fenômeno mecânico, caminha para o outro extremo, para outro polo político, quando existem razões verdadeiramente válidas, bem como a vontade das nações de assumir a necessidade de mudanças. no mundo essa magnitude. Ou seja, em que as nações não sejam mais ignoradas pelo poder hegemônico.

É verdade que quando ocorre o fenômeno do deslocamento de uma Ordem por outra, uma expectativa entusiasmada pode ser gerada na humanidade, mas isso pode acabar decepcionando, ou como agora fazendo objeções como é o caso do Brasil -membro do BRICS- cujos funcionários que optaram por esconder sua identidade ao esclarecer que: "Um alargamento pode transformar o bloco em outra coisa", quando a Cúpula dos BRICS ainda nem começou, a mesma que acontecerá em um novo contexto histórico em algumas semanas .

Certamente é compreensível que esse enorme entusiasmo invada muitas nações que estão impacientes para serem incorporadas ao bloco, mas também é preciso traçar uma estratégia para incluir novos membros que se comprometam a aceitar esse desafio, cuidando para que não se infiltrem nas primeiras tentam inviabilizar esse processo em construção, e que têm certeza de que as potências ocidentais e um império em declínio como o norte-americano, tentarão a todo custo fazê-lo fracassar.

A durabilidade de uma nova Ordem tem a ver não apenas quantitativamente com o acréscimo, adição e incorporação de novos membros, mas também com uma mudança qualitativa nas relações das nações membros que, como foi anunciado, estabelecerão relações recíprocas de respeito, de coordenação e sob nenhum ponto de vista de subordinação.

Então a energia, o entusiasmo cresce dia a dia sem parar nas nações do mundo por fazer parte do bloco BRICS, mas isso não pode ficar na mera moda, nem no entusiasmo puro, mas no compromisso total de acabar com os poderes que nos subjugam

PS: Ao final da nota, esclareço que o Presidente Lula da Silva informou que: “Acho extremamente importante para nós permitir que outros países que cumpram com as exigências do BRICS ingressem no BRICS”, o que desautoriza qualquer tipo de declaração de seu funcionário do governo.

Rolando Prudêncio Briançon/Advogado/Bolívia

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