quinta-feira, 14 de março de 2024

TODO DIA É DIA DE MARX * Rafael AR Escalante/La Izquierda Diário

TODO DIA É DIA DE MARX
Rafael AR Escalante
Terça-feira, 14 de março

Aniversário. 134 anos após a morte de Karl Marx, notas sobre seu legado
“Os filósofos nada mais fizeram do que interpretar o mundo de maneiras diferentes, mas o que se trata é transformá-lo” Karl Marx.

Karl Marx morreu num dia como hoje, 14 de março de 1883, em Londres, mergulhado na pobreza e na perseguição da burguesia europeia.

Ele e sua família chegaram à Inglaterra em 1849, após um êxodo pela Prússia, França e Bélgica, expulsos pelos governos reacionários desses países. As classes dominantes viam-no como um perigo real para a conservação da ordem existente.

Foi então naquela ilha que escreveu a sua obra mais pertinente, O Capital, que é o estudo mais profundo do funcionamento do capitalismo.

Mas não devemos nos confundir com esse personagem, que não foi apenas um grande intelectual que desenvolveu teorias que serviram de base para as atuais Ciências Sociais.

Marx foi acima de tudo um revolucionário, um homem de ação que, a partir de sua militância, sintetizou os aprendizados da luta política para transformá-los em ciência. Por isso, o seu nome serviu para nomear a teoria e a prática revolucionária daqueles que, seguindo o seu pensamento, aderiram à luta contra a classe capitalista, o marxismo.

Sempre manteve sua relação com círculos de trabalhadores e intelectuais revolucionários, que conheciam seu nome, sua obra e sua militância política sem poder duvidar.

Quando Marx morreu, o seu inseparável amigo e colaborador, Frederick Engels, anunciou ao mundo que uma das mentes mais brilhantes da época, e um dos líderes mais proeminentes do movimento operário, tinha sido extinta. A partir desse momento, Engels comprometeu-se a continuar o trabalho de Marx, tanto teórico como prático.

Transmitiu às novas gerações os fios de continuidade sobre o seu legado, para explicar a forma como o capitalismo explora a classe trabalhadora, e também como as misérias que o capitalismo cria podem ser transformadas, expropriando os exploradores dos meios de produção, tomando o poder do Estado. .

Estas lições foram distorcidas pela segunda geração de marxistas que decidiram trair estas ideias, como foi o caso de Karl Kautsky apoiado por detratores como o revisionista Eduard Bernstein. Expressaram a adaptação das organizações sindicais e social-democratas à ordem da burguesia. Mas foi nesses momentos que uma terceira geração de marxistas começou a destacar-se pela sua perspectiva crítica, estratégica e revolucionária, como foi o caso de Rosa Luxemburgo, Lenine, Trotsky entre outros.

Esta terceira geração de marxistas resgatou o legado de Marx que procurava ser sepultado pelo reformismo, um legado no qual foi transmitido que só o colapso do capitalismo através da força da classe trabalhadora poderia trazer a verdadeira mudança. Era necessário construir uma organização independente que estivesse ao serviço dos trabalhadores, que servisse de instrumento político para que eles construíssem a sua própria representação. Essa era a essência do Manifesto do Partido Comunista, “a constituição do proletariado numa classe e, portanto, num partido” ou, dito de outra forma, a constituição da classe trabalhadora como sujeito de acção na luta pela sua própria interesses.

Marx, o homem, morreu, mas as suas ideias, a sua prática e as suas lições permanecem vivas e hoje são mais relevantes do que nunca, a primeira delas é a crítica incessante ao capitalismo como um sistema que mantém a escravidão de 99% da humanidade.

Daí surge a necessidade de construir organizações revolucionárias que levem a classe trabalhadora a transformar a sociedade de acordo com os seus próprios interesses, uma classe cuja força empurra as engrenagens deste sistema, livrando-se da velha classe capitalista que só pode existir sangrando todo o assalariados e privando-os do fruto do seu trabalho, oprimindo assim os verdadeiros produtores de riqueza.

Karl Marx deixou um legado revolucionário para as gerações futuras, que serviu de guia, por exemplo, para o partido bolchevique em 1917 e que hoje, um século depois, diante da atual crise que o capitalismo atravessa, é necessário considerar a mesma perspectiva estratégica de luta. Hoje, reconhecemos em todo o lado como este sistema apenas gerou insegurança no emprego, maior opressão de género, falta de oportunidades para os jovens, desapropriação dos povos indígenas, guerras e um mundo supérfluo e vazio baseado na posse de mercadorias, acessível apenas a uma pequena percentagem da sociedade.

Temos de reflectir sobre como acabaremos com todas as formas de exploração e opressão. Acreditamos que será inevitavelmente seguir o legado de Marx que ainda está em vigor: destruir o capitalismo e construir um novo mundo. Como escreveu Leon Trotsky nos 90 anos do manifesto comunista: “segundo Marx, nenhuma ordem social desaparece de cena antes de esgotar o seu potencial latente.

E as gerações de hoje deverão preparar-se para o triunfo daquela classe trabalhadora que finalmente conseguirá, depois de tantos reveses, esmagar definitivamente essa resistência, sob o lema marxista: Trabalhadores do mundo, uni-vos!

Recomendamos a minissérie “Marx está de volta”

*Aniversário. 134 anos após a morte de Karl Marx, notas sobre o seu legado*
“Os filósofos nada mais fizeram do que interpretar o mundo de maneiras diferentes, mas o que se trata é transformá-lo” Karl Marx.

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