sábado, 20 de abril de 2024

Elon Musk e a Crítica ao Programa de Gotha * Rondó da Liberdade/Telegram

Elon Musk e a Crítica ao Programa de Gotha
Rondó da Liberdade

Elon Musk se vangloria que o dinheiro que alavancou suas empresas teria sido fruto do seu esforço e mérito individual. Esconde que sua família acumulou riquezas com a exploração de pedras preciosas na África do Sul, beneficiadas pelo regime do apartheid. O que Marx diria da exaltação de Elon Musk?

“É conhecida a crítica cáustica de Marx
ao projeto de programa da socialdemocracia alemã para o congresso de unificação de Gotha. Esse projeto abre com a seguinte afirmação: “O trabalho é a fonte de toda riqueza ...”. Marx destaca, primeiro, o equívoco teórico da frase. A fonte de toda riqueza, isto é, dos valores de uso, é a NATUREZA. O trabalho, além de ser uma força natural, só pode se realizar com instrumentos e objetos de produção cuja fonte primeira é a natureza. A seguir, Marx indica os interesses - nada socialistas - que se ocultam atrás dessa exaltação do trabalho:

“Os burgueses têm razões muito fundadas para atribuir ao trabalho uma força criadora sobrenatural; pois precisamente do fato de que o trabalho está condicionado pela natureza deduz-se que o homem que não dispõe de outra propriedade senão sua força de trabalho tem que ser, necessariamente, em qualquer estado social e de civilização, escravo de outros homens, daqueles que se tornaram donos das condições materiais de trabalho”.

A ideologia burguesa de exaltação do trabalho sugere que as desigualdades sociais e econômicas provêm da desigual capacidade de trabalho dos indivíduos. O homem rico é rico porque trabalhou e trabalha muito.

Há, no limite, as fábulas edificantes do self-made man, dos capitalisas que se fizeram a partir do nada, graças ao próprio trabalho. O homem pobre é pobre porque não trabalha ou trabalha pouco. Não escutamos a todo momento também a fábula do desempregado que é vagabundo?

Em suma, na “sociedade do trabalho”, noção burguesa que esconde ser a sociedade capitalista a “sociedade do capital” , quer se apresentar o trabalho como a fonte de toda riqueza”, Armando Boito Jr. em “Classe média e sindicalismo”.

Apoio aos que combatem o sionismo!

O conflito militar entre Israel e Irã se insere no contexto da ofensiva imperialista que ocorre no mundo. Os EUA e seus aliados buscam saquear e concentrar as riquezas naturais em suas mãos, controlar as principais rotas de comércio, subordinar economicamente e politicamente os demais países e acabar com a ascensão da China e da Rússia.

De um lado, o imperialismo estadunidense, incapaz de aceitar o abalo de sua hegemonia, tem impulsionado a formação de um cerco militar contra a China e a Rússia, que passa pela expansão da OTAN, a realização de outras alianças militares, o acirramento do conflito em Taiwan e a continuidade da guerra na Ucrânia e na Palestina, com o fechamento de vias diplomáticas e o fornecimento de dinheiro e armas.

Do outro lado, a ação militar de diversos povos oprimidos, apoiando-se na sua parceria com a China e a Rússia, tem conformado uma resistência anti-imperialista no Oriente Médio e na África, como no Iêmen, Irã, Palestina, Síria, Níger, Mali e Burkina Faso.

A crise política resultante da incapacidade dos EUA manterem a mesma forma de domínio, agravada pelas crises econômicas do capitalismo, tem alimentado também a ascensão de movimentos neofascistas ao redor do globo. A invasão da embaixada do México pelo governo do Equador, o favoritismo de Donald Trump nas eleições dos EUA e os recentes pronunciamentos golpistas do bilionário Elon Musk contra o Brasil são alguns reflexos disso. É verdade que o neofascista Benjamin Netanyahu foi criticado publicamente por Joe Biden, mas por baixo dos panos continua sendo apoiado por ele.

Com a “Operação Promessa Verdadeira”, realizada nesse sábado (13), o Irã não está atacando Israel; o Irã está respondendo ao ataque de Israel. Como declarou a Missão Permanente do Irã na ONU, tratou-se de uma “resposta à agressão do regime sionista contra nossas instalações diplomáticas em Damasco”.

Mesmo do ponto de vista da legalidade burguesa, a ação do Irã está plenamente justificada. O artigo 51 da Carta das Nações Unidas garante o “direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas”. Contudo, o Conselho de Segurança da ONU, controlado pelos EUA e demais países imperialistas, sequer condenou o ataque de Israel à Embaixada do Irã.

Há décadas, os iranianos vêm sendo atacados e intimidados pelos EUA e seus satélites, com sanções criminosas que provocam o estrangulamento econômico e social do país, assassinato de cientistas e oficiais, dentre outros. Dois dos mísseis utilizados pelo Irã, em sua resposta, receberam os nomes de Abrahim Muhandis e Qassem Soleimani, generais assassinados pelos EUA em 2020. O ataque à Embaixada na Síria foi apenas a gota d'água de um mar de agressões.

Após centenas de drones lançados pelo Irã para confundir o sistema de defesa israelense, foram utilizados mísseis que atingiram a base de Nevatim, da Força Aérea de Israel. O Irã tomou logo a iniciativa de declarar que “o assunto pode ser considerado concluído”. Porém, alertou que “se o regime de Israel cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa”. E deu um recado aos EUA, “este é um conflito entre o Irã e o regime desonesto de Israel, do qual os EUA devem ficar de fora”.

Ao conseguir expor fragilidades do dito intransponível sistema de defesa israelense, a resistência nacionalista ensina às classes populares que, como disse Mao Tsé-Tung, "o imperialismo e todos os reacionários são tigres de papel". "Na aparência, os reacionários são terríveis, mas na realidade não são assim tão poderosos. Vendo a longo prazo, não são os reacionários mas sim o povo quem é realmente poderoso". Todo apoio à luta anti-imperialista e antissionista!

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