quinta-feira, 11 de abril de 2024

LA CONTRA VENEZOLANA HIJA DE LA CIA * Raphael Machado/X

LA CONTRA VENEZOLANA HIJA DE LA CIA
O Ocidente insiste em tentar inventar um novo "caso Guaidó".

Talvez achando que a insistência pode compensar a falta de competência, as corporações midiáticas, ONGs e governos atlantistas decidiram tentar inventar um novo "caso Guaidó" na Venezuela: Maduro estaria impedindo a sua "principal rival", Maria Corina Machado, de disputar as eleições para poder se manter no poder como "ditador".

A acusação é reminiscente das acusações lançadas contra Putin em relação a Navalny, e a ideia parece ser dar a entender que Maduro disputará as eleições sozinho. Na verdade, 13 candidatos à Presidência se inscreveram para disputar o cargo máximo venezuelano, apoiados por 37 partidos, e todos os candidatos, exceto Maduro, são da oposição.

Inclusive o principal partido da oposição, o "Un Novo Tiempo", inscreveu Manuel Rosales, governador de Zulia, como candidato à presidência sem qualquer problema. Todo o resto da oposição conseguiu inscrever os seus candidatos. Esse é um ponto relevante porque, de fato, o Un Novo Tiempo é precisamente o partido de oposição com mais bases concretas em termos de cargos eleitorais.

É um tanto quanto peculiar, inclusive, que Maria Corina tenha atacado Rosales como "traidor" por ter lançado a própria candidatura. Se o interesse fosse, realmente, de disputar eleições contra Maduro e derrotá-lo nas urnas, o lógico não seria apoiar o opositor mais experiente e com maior base de apoio? Claramente há algo suspeito aí.

A inabilitação da Maria Corina para disputar as eleições já era esperada. Apesar dela ter, supostamente, ganho as primárias da oposição em 2023 (supostamente porque houve acusações graves de fraude eleitoral por parte de outros setores da oposição), já havia contra ela um processo por causa do envolvimento dela nas conspirações de Juan Guaidó contra a Venezuela.

Guaidó é um personagem tão insignificante que praticamente já esquecemos da existência dele. Mas por algum tempo ele se disse "Presidente da Venezuela" e foi reconhecido como tal por alguns países atlantistas. Poderia ser tudo apenas uma pantomima se isso não tivesse tido algumas repercussões graves: a principal das quais tendo sido o confisco dos ativos da CitGo e da PDVSA no exterior, por "ordem" de Guaidó, bem como a apropriação do ouro venezuelano armazenado em Londres.

Em tudo isso, bem como na campanha traiçoeira por sanções e embargos contra a Venezuela, a Maria Corina participou ativamente, de maneira aberta, como uma das principais aliadas de Guaidó.

Sem qualquer surpresa, desde o primeiro governo Chávez, Maria corina Machado tem sido uma ongueira financiada pelo NED dos EUA, através da ONG Sumate, que inclusive participou na tentativa de golpe contra Hugo Chávez. Ela tem sido, ainda, bastante destacada e promovida pelo Fórum de Davos como "o futuro da Venezuela.

Na prática, além do caos institucional, que acarretou em diversas mortes e destruição do patrimônio público, graças à agitação nas ruas e ao vandalismo planificado, a "militância" de Maria Corina gerou danos patrimoniais em um total de 32 bilhões de dólares à Venezuela.

A confirmação da condenação judicial à inabilitação para ocupar cargos públicos saiu em janeiro. Então não houve aí qualquer irregularidade. Mas depois veio um dramalhão ainda mais tosco, o da substituta indicada por Maria Corina Machado, Corina Yoris.

Inventou-se uma "sabotagem" inexistente que estaria impedindo Corina Yoris de registrar a sua candidatura. A narrativa é que o governo estaria causando bugs propositais que impediria a pessoa em questão de se candidatar.

A realidade é mais simples. Quem tem que registrar candidato é o partido que o candidato estará representando. Corina Yoris, aparentemente, tentou se registrar por conta própria, o que era impossível. Para ela se registrar por conta própria os requisitos seriam diferentes, e ela não tinha a quota mínima de apoio para se inscrever como candidata independente.

Aliás, nos últimos dias de possibilidade de registro, a Maria Corina Machado pediu aos outros partidos da oposição que abandonassem suas candidaturas e registrassem Corina Yoris como candidata, o que todos se recusaram a fazer.

Para mim, todo esse drama é completamente artificial.

Talvez mais plausível que a simples incompetência, me parece um dramalhão arquitetado para se poder acusar o governo venezuelano de tentar impedir a potencial candidata que as pesquisas de opinião, controladas por opositores, dizem que poderia ganhar de Maduro. A prova disso, inclusive, é que seguiram incluindo-a nas pesquisas de opinião, mesmo depois dela ter sido inabilitada ano passado.

Com isso, se consegue apresentar o caso à OEA e aos países ocidentais para que não reconheçam o resultado das eleições venezuelanas.

É uma pena, porém, que o governo brasileiro tenha caído nessas narrativas tão óbvias e atacado o processo eleitoral venezuelano. Faltou sensatez, bem como a sagacidade para compreender como o Ocidente interfere nas eleições alheias.

Fonte: Raphael Machado/X

Nenhum comentário:

Postar um comentário