sexta-feira, 29 de abril de 2022

KARL MARX 204 ANOS NA LUTA DO PROLETARIADO MUNDIAL * Marlene Soccas / SC

KARL MARX 204 ANOS NA LUTA DO PROLETARIADO MUNDIAL

Em 5 de Maio, comemoraremos  o nascimento de um homem incrivelmente genial, que dedicou toda sua vida ao objetivo da construção de uma sociedade sem classes, sem exploração do homem pelo homem, uma verdadeira sociedade humana.

Marx, e  seu tambem genial amigo Engels, inseparáveis lutadores ,  entraram para a História como mestres geniais da classe operária de todo o mundo, como grandes combatentes pela sua causa, tanto como pensadores como organizadores do movimento operário revolucionário.


  Está ligada a Marx, e tem o seu nome, a visão de mundo mais avançada, autenticamente científica, que armou a humanidade e a classe mais revolucionária, que é o proletariado,  com um instrumento, tanto  de conhecimento, que é a teoria, como  de transformação do mundo, que é a prática. 


  Está ligada ao nome de  Marx, a transformação do Socialismo de utopia em ciência, a fundamentação teórica profunda da queda inevitável do capitalismo e da vitória do comunismo. 

   Está ligado ao nome de Marx, o aparecimento do movimento comunista internacional e dos primeiros partidos revolucionários da classe operária, que fizeram suas as ideias do comunismo científico.


   Está ligada ao nome de Marx, a transformação  do movimento espontâneo dos operários contra o jugo do Capital numa luta de classe consciente pelo derrubamento do capitalismo e pela reorganização revolucionária da sociedade em bases socialistas.

  Tendo descoberto as leis do desenvolvimento da sociedade, Marx foi o primeiro a indicar aos trabalhadores as vias reais e os meios para se libertarem da opressão social, para  criarem condições de vida verdadeiramente humanas, para o bem-estar e o livre desenvolvimento de todas as faculdades físicas e intelectuais de cada homem. 


 ANTES DE MARX,

as teorias sociais tinham sido, em geral, obra das classes dominantes, proprietárias, e estavam, por isso, muito afastadas dos interesses populares. Toda a história das sociedades de classes  comprova que foram as classes exploradoras dominantes no Poder que detiveram o monopólio da instrução, da atividade  científica artística e política,  ao passo que os trabalhadores, esmagados por um trabalho físico imposto em benefício dos exploradores, não tinham acesso á política, á instrução e á cultura.


E mesmo quando, de  tempos em tempos, representantes das massas oprimidas chegavam a formular suas ideias sobre a vida social, essas não tinham um caráter  científico. No melhor dos casos, continham certas previsões perspicazes, embora, em geral, delas estavam ausentes a compreensão da marcha e das perspectivas do desenvolvimento histórico. Eram expressão da ideologia do protesto espontâneo e do movimento espontâneo.  O que chamamos espontaneísmo.


Esmagadas pela exploração e pela ignorância, durante muitos séculos, as massas trabalhadoras procuraram a salvação quer no regresso a um passado idealizado, á  << idade de ouro>> de outrora, quer nos mitos religiosos sobre a vida depois da morte, no além.  


ANTES DE MARX,

o movimento nascente da classe operária não tinha objetivo fundamentado na ciência, nem sabia o caminho para se libertar do poder do capital. Os inventores de reformas sociais e os utópicos atulhavam a consciência dos operários com preconceitos pequeno-burgueses e projetos fantasiosos.


Mas, o crescente movimento de libertação tinha urgente necessidade de uma teoria científica. E para isso, já estavam maduros os pressupostos materiais e ideológicos. O rápido crescimento das forças produtivas resultantes  da Revolução Industrial criava uma base real para resolver a grandiosa tarefa histórica da liquidação da exploração do homem pelo homem, para a libertação do trabalho.


 À medida em que o capitalismo se desenvolvia, surgia a força social capaz de resolver esta tarefa. Essa força é a Classe Operária.


A concepção Marxista do Mundo não nasce isolada das correntes anteriores do pensamento social,  não está fora da estrada real do desenvolvimento da civilização mundial.  O marxismo foi o herdeiro legítimo de tudo o que de melhor a humanidade criou no domínio do conhecimento da natureza e da vida social. A doutrina do marxismo apoiou-se em todas as aquisições do pensamento social, em particular na filosofia alemã, na economia política inglesa e no socialismo francês.  Tomadas em separado, estas aquisições não davam conta de uma explicação científica completa do processo histórico, não constituíam uma concepção do mundo integral. Era necessário uma abordagem inteiramente nova da História, da explicação dos processos  do desenvolvimento histórico e do papel nele desempenhado pelas diferentes classes sociais, pelas personalidades e pelas massas populares. Esta nova abordagem foi elaborada por Karl Marx. 


 Lenin definiu com uma profundidade e uma clareza excepcional a importância das descobertas científicas de Marx para a classe operária, para todos os trabalhadores. Lenin escreveu: “ Só o materialismo filosófico de Marx indicou ao proletariado a saída da escravidão espiritual em que vegetaram até hoje todas as classes oprimidas.  Só a teoria econômica de Marx explicou a situação real do proletariado no conjunto do regime capitalista. “


 Como expressão científica dos interesses da classe operária, o marxismo formou-se e desenvolveu-se em estreita ligação com a luta de classe do proletariado. Se a descoberta das contradições internas do capitalismo permitiu concluir que era inevitável a derrota da sociedade burguesa, o incessante desenvolvimento do movimento operário mostrou que o proletariado seria o coveiro do capitalismo e o criador da nova sociedade socialista. 


 Com base numa análise profunda do processo de desenvolvimento das relações sociais, Marx e Engels chegaram à concepção do grande papel histórico  do proletariado como

1) aquela força capaz de transformar radicalmente as relações sociais,

2) de por termo á exploração do homem pelo homem e 

3) de edificar uma sociedade socialista.


 O papel histórico mundial do proletariado resulta da sua própria situação na vida. Não se libertará,  sem libertar todos os trabalhadores da exploração capitalista. 


Para Marx, este era o grande objetivo humanista da luta de classe do operariado, chamado a libertar os trabalhadores das condições de vida desumanas na sociedade burguesa. A análise científica demonstrava pois, que o comunismo não é uma aspiração de um sonhador, mas sim um movimento histórico real. 


 Marx e Engels foram os primeiros a fundamentar a concepção do mundo revolucionária da classe operária, e pela primeira vez na história, o movimento das massas foi dotado com uma ideologia científica, em substituição das fantasias religiosas e dos sonhos utópicos.


 Marx, o grande cientista, era, ao mesmo tempo, um ardente revolucionário. A ciência era para ele, acima de tudo, uma força motriz revolucionária.    Contribuir para a organização do movimento operário e  para a luta revolucionária pelo derrubamento do capitalismo e pela vitória do socialismo foi o objetivo e o sentido de sua vida. Foi a alma de muitas iniciativas importantes, e participou dos principais acontecimentos históricos do movimento operário do século XIX. São incalculáveis os méritos de Marx no desenvolvimento da solidariedade dos operários de todos os países. 


 O Internacionalismo foi a bandeira sagrada e o princípio determinantes de toda a sua ação como dirigente do proletariado mundial.

 A atividade de Marx como dirigente do movimento operário internacional abriu uma nova página na história da luta de libertação das massas populares.


 Inovador em todos os domínios, também aqui Marx mostrou o exemplo da unidade dialética da teoria e da prática; na sua ação reflete-se a unidade de interesses das massas e dos seus dirigente. Não foi um Profeta pregando ás massas que Marx apareceu aos operários europeus, mas como um sábio que colocou a ciência ao serviço dos oprimidos e a transformou numa arma nas mãos das massas.


Laços muito estreitos com os operários e o conhecimento profundo de todas as formas do movimento permitiram a Marx atuar, no verdadeiro sentido da palavra, como porta-voz das melhores aspirações dos operários progressistas, como porta-voz da consciência social do proletariado internacional. Toda a história do movimento operário internacional, o desenvolvimento do processo revolucionário mundial no seu conjunto, assim como os êxitos e os fracassos da luta revolucionária em certos países, mostraram irrefutavelmente que só um partido que se inspire na teoria revolucionária do marxismo-leninismo é capaz de desempenhar o papel de combatente de vanguarda.


 Na aurora do movimento operário  russo, Lenin exprimiu com extraordinária exatidão a essência revolucionária da teoria de Marx:  “A irresistível força de atração que arrasta para esta teoria os socialistas de todos os países reside precisamente no fato de ela associar a um elevado e rigoroso caráter científico ( sendo a última palavra das ciências sociais) o espírito revolucionário e de o fazer não por acaso, não apenas porque o fundador desta doutrina associava em si as qualidades do sábio e do revolucionário mas de os associar íntima e indissoluvelmente na própria teoria.”


 A unidade da teoria revolucionária científica rigorosa e da prática revolucionária constitui a força motriz do comunismo. Sem a prática revolucionária, sem a aplicação à vida das ideias marxistas, a teoria torna-se um amontoado de dogmas caducos, uma cobertura para o reformismo e o oportunismo; por outro lado, sem a ciência, sem uma concepção científica rigorosa dos processos do desenvolvimento social, o espírito revolucionário degenera em aventureirismo e conduz ao anarquismo. Toda a vida e atividade de Marx são um modelo de suprema cientificidade e de inspiração revolucionária.


  A vida de Marx não foi fácil. E ele nunca procurou a facilidade. Marx foi, cima de tudo, um lutador. A luta pela Liberdade e pela felicidade dos trabalhadores, a luta contra os exploradores e os seus lacaios foram a sua vocação. Opôs-se á autocracia, ao obscurantismo, á opressão social e política desde a sua juventude. Durante toda a sua vida usou implacavelmente a arma da crítica acerada, levantou-se contra as ideias falsas, contra as palavras de ordem fraudulentas e contra as teorias pseudocientíficas, ergueu-se contra a rotina, a hipocrisia e a covardia, lançando um desafio ás classes dominantes, aos seus ideólogos e políticos.


 Marx nasceu dentro de uma família de posses. Ele poderia ter uma carreira brilhante, ganhar muito dinheiro, porem Marx renunciou a este tipo de vida, renunciou a uma brilhante carreira universitária,  á uma existência confortável de um cientista com sucesso, ou de um escritor da moda.  Marx rompeu com o seu meio, com a classe onde nasceu, foi perseguido e obrigado a abandonar o seu país natal, condenando-se a si mesmo, á sua mulher e aos seus filhos a uma vida errante, de proscrito político, a uma vida de privações e ás perseguições policiais.


 A vida de Marx foi encurtada pelas doenças provocadas por um trabalho gigantesco e por condições materiais de vida muito duras, passando até fome e privações. Muitas vezes não tinha dinheiro para comprar selos para enviar suas cartas.   Mas, teve a felicidade de ver sua obra teórica e prática dar seus primeiros frutos, de ser recompensado em vida, de ter ganho a gratidão dos operários, em nome dos quais realizou o seu feito.


 A personalidade de Marx tem muitas facetas. Nela se fundiram os traços de um grande cientista, de um infatigável investigador e descobridor de verdades científicas, de um ardente tribuno revolucionário, de um sábio estrategista e tático eficiente e perspicaz, de um dirigente da luta de libertação das massas proletárias.


  Distinguiu-se por qualidades nobres: simplicidade, cordialidade, amor á vida, vontade inabalável e uma extraordinária capacidade de trabalho, intrepidez e valentia. 


 Fazer um resumo sobre Marx é uma tarefa muito difícil e complexa.  As primeiras tentativas de redação de uma biografia de Marx foram de seu grande colaborador, Frederico Engels.


Engels, também um homem sábio, generoso, de grande envergadura, escreveu vários e excelentes ensaios biográficos sobre Marx, assim como vários artigos clareando a atividade de Marx durante diversos períodos da sua vida.


 O sonhos dos últimos anos da vida de Engels era escrever uma biografia mais vasta do seu amigo e, designadamente, expor o papel que ele desempenhou na I Internacional. Infelizmente, Engels não teve tempo de realizar o seu projeto.


 Em 1914, Lenin redigiu uma biografia de Marx para o Dicionário enciclopédico  Granat. Sob a forma de um breve artigo informativo, Lenin fez uma exposição popular e ao mesmo tempo muito profunda das principais etapas da vida de MARX e da essência da sua doutrina. Esta obra é um modelo  clássico de uma biografia autenticamente científica de Marx, de exposição criadora da sua vida e do desenvolvimento de sua doutrina.


  Em 1918, surgiu a obra de Franz Mehring, filósofo e historiador eminente, membro da ala esquerda da social-democracia alemã. Esta obra é fruto de longas investigações. Seu rico conteúdo e as suas qualidades literárias valeram-lhe uma celebridade bem merecida, mas Mehring não conhecia algumas obras importantes de Marx, tais como os Manuscritos  Econômico-Filosóficos de 1844,  A Ideologia Alemã ( texto completo)  e os manuscritos econômicos de 1857-1858, ignorando muitos fatos da sua vida.

 

   Uma multiplicidade de obras consagradas á vida e á obra de Karl Marx foram escritas por ideólogos burgueses e reformistas, que deformam a história do marxismo e do movimento operário. Nos últimos tempos, a biografia de Marx tornou-se um dos principais temas da luta ideológica. Os adversários do marxismo tentam opor o jovem Marx ao Marx da maturidade, esforçando-se por descobrir contradições na sua doutrina.    


  Mas a análise científica da vida de Marx, da imensa influência que as suas ideias exerceram no desenvolvimento mundial refutam as ideias dos adversários do comunismo e dos pseudo-socialistas.


MARLENE SOCCAS / SC

soccas2018@gmail.com

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2 comentários:

  1. Belo artigo, apesar de eu discordar um pouco do cientificismo da autora, pois ela esqueceu ou talvez desconsiderou toda aquela parte de Karl Popper, do neopositivismo, do imperialismo científico e do ateísmo militante (neoateísmo). De qualquer forma, é um belo artigo, apesar que eu discordo integralmente da autora nessa parte aqui "Esmagadas pela exploração e pela ignorância, durante muitos séculos, as massas trabalhadoras procuraram a salvação quer no regresso a um passado idealizado, á << idade de ouro>> de outrora, quer nos mitos religiosos sobre a vida depois da morte, no além." E nessa parte " Marx e Engels foram os primeiros a fundamentar a concepção do mundo revolucionária da classe operária, e pela primeira vez na história, o movimento das massas foi dotado com uma ideologia científica, em substituição das fantasias religiosas e dos sonhos utópicos." Pois a mesma desconsidera que existe socialismo religioso, socialismo espiritual, e que religião e espiritualidade fazem sim parte das ciências espirituais e tem (ou deviam ter) sua própria área de estudo, assim como que o materialismo e o ateísmo podem sim gerar exploração e ignorância, veja o exemplo de Karl Popper, do neopositivismo, do imperialismo científico, do ateísmo militante (neoateísmo), do kratosismo, do deicidismo, do imperialismo cultural, do fanatismo ateu, fanatismo científico, fanatismo "cético", fanatismo secular, humanismo secular, niilismo, "ceticismo", "pensamento crítico" e "livre pensamento". E ainda tem todo aquele debate do socialismo/comunismo ser ou não utopia, mas aí é algo bem relativo e subjetivo. Eu gosto de Karl Marx e digo que sou marxista, apesar de eu ser bem chegado ao pós-modernismo, panrelativismo, surrealismo, anunnakismo, neurodiversidade etc. Mas ainda sim, é um artigo bom, só senti que era necessário fazer esse meu comentário/ensaio sobre o artigo. Espero ler mais artigos assim no futuro. Apesar de eu discordar muito da parte sobre religião e espiritualidade, pois isso é algo bem relativo e bem subjetivo e parte também das ciências espirituais, ciências religiosas, ciências esotéricas, ciências ocultas, teologia, espiritologia, divinologia, esoterologia, hermetismo, filosofia esotérica, filosofia espiritual também. E não vou me prolongar muito por causa do limite de caracteres aqui e também pois já escrevi vários outros comentários/ensaios sobre isso também. Vamos a luta camaradas, e lutar pela República Socialista Mundial e pela revolução comunista mundial!

    Guilherme Monteiro Junior

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    1. Nice article, although I disagree a little with the author's scientism, as she forgot or perhaps disregarded all that part of Karl Popper, neopositivism, scientific imperialism and militant atheism (neoatheism). Anyway, it's a beautiful article, although I completely disagree with the author in this part here "Squashed by exploitation and ignorance, for many centuries, the working masses sought salvation either by returning to an idealized past, to the << age of gold>> of yore, or in religious myths about life after death, in the afterlife." And in this part "Marx and Engels were the first to found the revolutionary world conception of the working class, and for the first time in history, the mass movement was endowed with a scientific ideology, replacing religious fantasies and utopian dreams." Because it disregards that there is religious socialism, spiritual socialism, and that religion and spirituality are indeed part of the spiritual sciences and have (or should have) their own area of ​​study, as well as that materialism and atheism can generate exploitation and ignorance. , see the example of Karl Popper, neopositivism, scientific imperialism, militant atheism (neoatheism), kratosism, deicidism, cultural imperialism, atheist fanaticism, scientific fanaticism, "skeptical" fanaticism, secular fanaticism, secular humanism, nihilism, "skepticism", "critical thinking" and "free thinking". And there's still all that debate about whether socialism/communism is utopia or not, but then it's something very relative and subjective. I like Karl Marx and say I'm a Marxist, although I'm pretty close to postmodernism, panrelativism, surrealism, Anunnakism, neurodiversity, etc. But still, it's a good article, I just felt it was necessary to make my comment/essay about the article. I hope to read more articles like this in the future. Although I disagree a lot with the part about religion and spirituality, because this is something very relative and very subjective and also part of the spiritual sciences, religious sciences, esoteric sciences, occult sciences, theology, spiritology, divineology, esoterology, hermeticism, esoteric philosophy, spiritual philosophy too. And I won't go on too long because of the character limit here and also because I've written several other comments/essays about it too. Let's fight comrades, and fight for the World Socialist Republic and the communist world revolution!

      Guilherme Monteiro Junior

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