sábado, 17 de setembro de 2022

AO MAS, SUA MILITÂNCIA E AO POVO EM GERAL * MOVIMENTO GUEVARISTA BOLÍVIA – MG / ELN - Bolívia

AO MAS, SUA MILITÂNCIA E AO POVO EM GERAL

ALEIDA GUEVARA E EVO MORALES NO MÉXICO
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 MOVIMENTO GUEVARISTA BOLÍVIA – MG / ELN

O Movimento Guevarista-ELN 

ao MAS, sua militância e o povo em geral


Nós, que desde a década de 1960 e até hoje 

reproduzimos e seguimos o pensamento revolucionário de Che, fomos combatentes 

do Exército de Libertação Nacional, militantes do Partido Revolucionário dos Trabalhadores 

da Bolívia e membros de diferentes tendências que surgiram do ELN e que hoje fazemos 

parte do Instrumento Político, o MAS e o Processo de Mudança, somos obrigados a 

nos manifestar em um momento crítico como o uma que estamos passando.

Em primeiro lugar, nosso apelo é à UNIDADE QUALITATIVA E SUPERIOR de todas 

as tendências, projetos e posições que foram desencadeadas na situação atual no 

MAS e no Instrumento Político. Negar que existem conatos de divisão seria 

simplesmente mentir e O POVO NÃO MENTE PARA ELES. A miopia e as ambições não são 

as melhores condições para traçar caminhos alternativos aos percorridos 

até agora pelo Processo de Mudança. Miopia de quem pensa que quebrar o MAS para se reposicionar é 

o caminho para a vitória; bem como o outro extremo, daqueles que, após 

posições pessoais e oportunistas, não reconhecem a história marcada pelo MAS e seu líder histórico Evo Morais.


Nenhuma dessas posições pode ser considerada relacionada aos objetivos com os quais o 

Instrumento Político e o MAS foram forjados até se tornarem governo. Ambas as posições denotam uma 

intenção estratégica absolutamente funcional à direita e ao imperialismo; cujo objetivo 

é dividir o MAS e o Instrumento Político e com eles os movimentos sociais, com o 

ÚNICO PROPÓSITO DE ENFRENTAR UM PRODUTO DO PROCESSO ELEITORAL DO QUAL, 

QUALQUER A FRAÇÃO DO MAIS VENCEDOR, DEVE PARTICIPAR 

DA DIREITA PARA SE TORNAR GOVERNO . Não podemos cair nesse erro estratégico 

porque também significaria uma derrota estratégica, levando ao fracasso de mais de meio século de 

acumulação histórica e política do movimento popular, em se aproximar do governo, construir 

o poder popular e transformar o país. A direita não pode voltar a ser governo, 

muito menos nos ombros do MAS.

Nossos líderes e os chefes das diferentes tendências ou correntes devem observar 

essas consequências com absoluta clareza, antes de se lançarem em uma guerra fratricida; seja 

, um confronto entre irmãos, que é justamente a intenção do 

principal inimigo: o imperialismo norte-americano e seus parceiros capitalistas locais. Afirmamos isso 

não por retórica, mas porque chamamos a atenção para as declarações do 

Comando Sul dos Estados Unidos que, mais uma vez, revelam suas 

intenções de controlar a região, especificando o cone sul da América Latina, 

em clara alusão à nossa naturalidade estratégica recursos, que na atual 

conjuntura nada mais são do que lítio e terras raras, além de questionar 

abordagens no âmbito da soberania com as potências mundiais emergentes e 

, com base nisso, afirmar-se os guardiões da democracia ocidental no continente, 

como uma advertência clara aos nossos povos e governos que protestam.

Para recuperar o controle sobre esses recursos, eles precisam controlar governos dóceis, uma 

força armada convertida em força de ocupação, uma força policial transformada em 

guarda pretoriana na Embaixada Americana, uma legislatura fraudada, um judiciário 

onde seus membros atuam como os antigos fuzileiros navais, usando apenas as leis como 

arma; mercenários mal-nomeados jornalistas e jovens transformados em zumbis digitais que 

travam uma guerra de cores a partir das redes sociais, sem perceber para quem trabalha em nome da liberdade

Nós guevaristas clamamos por uma UNIDADE QUALITATIVA E SUPERIOR. A unidade não é o 

resultado de colocar todas as diferentes posições em um liquidificador e obter um 

resultado médio, onde as partes ficam homogêneas. Essa unidade é uma mentirosa, porque não é real. 

A UNIDADE QUALITATIVA E SUPERIOR será uma unidade assente em 

princípios e valores revolucionários, entre os quais se reconhece que têm a mesma raiz ou causa, 

bem como os mesmos objectivos estratégicos; também expressa em um 

programa revolucionário de transformações que nos leva à construção de uma 

sociedade sem classes onde as diferenças sociais, étnicas e culturais foram reduzidas ao extremo, 

permitindo a toda a sociedade uma vida digna com acesso ao trabalho, saúde e educação, 

de respeito entre o ser humano e a natureza e onde a expressão máxima do 

capitalismo, a exploração da força de trabalho e a pilhagem excessiva dos 

recursos naturais, é apenas uma memória ruim.

Diante do exposto, reiteramos nosso apelo por essa UNIDADE, tornando 

visível nossa abordagem, pois reconhecemos autocriticamente que, como esquerda, erramos 

em não exercer a crítica e a autocrítica como método revolucionário, pois em nome 

da uma unidade incompreendida não desencadeamos a batalha de ideias que teriam 

permitido o aprofundamento do processo e evitado a reprodução de erros. Deixar as 

posições da esquerda nas mãos de funcionários ou burocratas, arrebatando 

esse direito legítimo das massas, é algo que não pode ser reproduzido historicamente. Deixar a 

organização das pessoas à espontaneidade das circunstâncias sempre levará ao 

fracasso. A dupla circulação do governo para as massas e das massas para o 

governo deve ser uma prática que precisa ser restaurada com urgência. Sem autocrítica, não há 

progresso. Sem equilíbrio, haverá derrota.

É preciso identificar o principal inimigo e seus aliados: o imperialismo que hoje tenta 

controlar nossos recursos naturais como o lítio e as terras raras e seus agentes internos: 

o fascismo inserido em algumas províncias e prefeitos, os grupos paramilitares 

constituídos em sindicatos juvenis e a resistência, os comitês cívicos que os financiam e 

protegem, junto com os militares e policiais servis e reacionários, as máfias do narcotráfico que 

desestabilizam os governos e os militantes que fizeram da corrupção e dos privilégios um 

modo de vida; à alta hierarquia de uma igreja que esqueceu seu compromisso com os 

pobres. Da mesma forma, devemos identificar aqueles que em 2019 foram aliados do golpe 

de Estado e que hoje tomam ação política para se aliar ao direito apenas de reproduzir 

um novo ciclo de governo, negociando nossos princípios revolucionários, em conluio 

com um velha oligarquia e um novo fio, pronto para disputar o poder novamente.

Hoje, quem pode dizer que não há masistas que trabalham contra o governo 

e o próprio MAS? Respeitemos nosso governo eleito e suas autoridades. Evitemos 

erros como os do passado que terminou em 1964, liderado pelo que viria a ser 

a mineração de médio porte, entregando o poder ao imperialismo e acabando com o germe 

do poder popular expresso nas milícias mineiras, operárias e camponesas; ou como nos anos 

70, quando após 9 meses de ineficiência, a Assembleia Popular acabou por enfraquecer 

o governo popular do general Juan José Torres, abrindo as portas ao fascismo apoiado 

pela oligarquia do agronegócio e pela banca privada; ou como 1985, ano em que as 

forças do movimento popular ajudaram a direita a encurtar o período de Hernán Siles 

Suazo, a abrir as portas ao neoliberalismo expresso na união de todas as forças 

da direita na chamada Pacto pela Democracia. Em todos esses acontecimentos, a história 

nos mostra que foram dirigentes de direita, camuflados em 

posições de esquerda, que frearam o avanço do povo para voltar ao obscurantismo dos 

governos relacionados aos seus objetivos capitalistas.

Marcelo Quiroga Santa Cruz, mártir da libertação, já expressava com absoluta clareza: Nem 

golpe nem golpe, ou seja, nem golpe da direita nem golpe do 

campo popular, para acabar com governos progressistas e de esquerda. É nosso dever 

fortalecê-los, com todas as limitações que possam ter, caso contrário, a história já 

nos mostrou, apenas os objetivos da direita reacionária entram em jogo.

Por fim, não defenderemos nosso camarada Hugo Moldiz, cujo 

testemunho de vida de mais de 40 anos de militância anti-imperialista e revolucionária fala por si. 

Nessa conjuntura, ele teve que ser identificado como alvo do nacionalismo do MAS, como 

já havia acontecido com outros camaradas revolucionários de esquerda; 

estigmatizados na época como "livres pensadores". 

A recuperação da democracia em 2005, em 2020 foi obra do movimento popular, foi 

obra dos trabalhadores, camponeses, migrantes do campo, das populações periurbanas e é a 

eles que pertence o processo revolucionário. Enfrentemos a luta sem sectarismo ou 

individualismo. Voltemos às raízes do processo, recuperemos seu ajayu, seu espírito e 

dessa energia telúrica, possamos transformar a história a partir do programa 

socialista, democrático e popular e que responda à nossa natureza de 

Estado Plurinacional, vamos dar a volta e reencaminhar o processo para um horizonte socialista comunitário 

, anticapitalista, e que enfrente o imperialismo e a neocolonização que hoje 

os inimigos do povo pretendem impor. O futuro pertence aos povos, o futuro é 

nosso

UNIDADE, UNIDADE, UNIDADE!

PARA A DEFESA DO LÍTIO E OUTROS RECURSOS ESTRATÉGICOS!

CONTRA O RETORNO DA DIREITA E DO FASCISMO!

CONTRA O GOLPE E A DEPOSIÇÃO OU REDUÇÃO DO 

MANDATO DO GOVERNO DE LUIS ARCE E DAVID CHOQUEHUANCA!

DO GOVERNO E DAS BASES, 

VAMOS APROFUNDAR O PROCESSO DE MUDANÇA!

DEFENDEMOS A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA E CULTURAL 

COM AS IDEIAS E A AÇÃO DIRETA DO POVO!

JALLALLA PLURINACIONAL, DIGNIFICADA, SOBERANA BOLÍVIA!

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