quinta-feira, 2 de março de 2023

FUNDAÇÃO DA III INTERNACIONAL * Ernesto Germano Parés/RJ

 FUNDAÇÃO DA III INTERNACIONAL

02 DE MARÇO DE 1919
Ernesto Germano Parés/RJ
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Em setembro de 1915, por iniciativa dos socialistas italianos, é feita a primeira tentativa de reconstruir a Internacional. Realiza-se na cidade de Zimmerwald, Suíça, um encontro do qual participaram delegados da Alemanha, França, Itália, Balcãs, Suécia, Noruega, Polônia, Rússia, Holanda e Suíça. No convite expedido, eram convocadas “todas as organizações operárias que permanecessem fiéis ao princípio de luta de classes e da solidariedade internacional”.
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Apesar da variedade de tendências representadas no encontro, a Conferência de Zimmerwald aprovou um manifesto condenando a guerra imperialista. Surgia o grupo conhecido com a esquerda zimmerwaldiana.
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Em abril de 1916, como consequência daquele encontro, realiza-se a Conferência de Kienthal que se caracterizou pelo fortalecimento da ideia de luta revolucionária internacional contra a guerra e aprofundamento das discussões sobre a criação de uma III Internacional. Cresceu a influência da esquerda zimmerwaldiana no seio do movimento e vários panfletos foram publicados e enviados aos trabalhadores das nações em guerra.
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Em outubro de 1917 acontece a Revolução Russa e os participantes mais ativos da esquerda zimmerwaldiana mudam-se para lá. Toma força a ideia da nova Internacional que já havia sido levantada, como bandeira, durante as comemorações do 1° de maio daquele ano.
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O I Congresso da III Internacional (que passou a ser conhecida como a “Internacional Comunista”), foi realizado em Moscou de 2 a 6 de março de 1919. Estavam presentes 532 delegados, representando partidos, grupos ou organizações comunistas e socialistas de 30 países. 
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Lenin, depois de fazer o discurso de abertura, apresentou a ordem do dia onde constava a discussão sobre a democracia burguesa e a ditadura do proletariado. Só no dia 4, depois da defesa feita por Lenin, o Congresso aprovou por unanimidade a sua tese que foi encaminhada para que o Comitê Executivo da Internacional divulgasse em todos os países. Também por proposta de Lenin, foi dissolvida a União de Zimmerwald.
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No final dos trabalhos, o I Congresso da Internacional Comunista aprovou ainda um Manifesto aos operários do mundo e uma série de outras resoluções sobre a organização e atuação comunistas.
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O II Congresso foi realizado também na União Soviética, entre 19 de julho e 7 de agosto de 1920, tendo como principal objetivo estabelecer um programa (tática e organização) do movimento comunista. Estavam representadas 67 organizações, de 37 países. Entre elas, destaca-se a participação do Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha, do Partido Socialista da França, do Partido Socialista da Itália e da organização “Operários Industriais do Mundo” (Austrália, Inglaterra, Irlanda).
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Na primeira sessão do Congresso, Lenin fez a apresentação de um relatório sobre a situação internacional e apontava as tarefas dos comunistas diante da conjuntura da época. Fez também um discurso sobre a questão nacional e colonial. Seu livro mais recente, “A doença infantil do ‘Esquerdismo’ no comunismo” (publicado em maio de 1920), foi, basicamente, a referência para todas as discussões do Congresso.
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Ao final dos trabalhos, entre outras resoluções, o Congresso aprovou as “21 condições” de admissão na Internacional, redigidas por Lenin, que tinha por objetivo o fortalecimento de partidos de novo tipo no seio do movimento operário.
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O III Congresso da Internacional Comunista foi realizado em Moscou, entre os dias 22 de junho e 12 de julho de 1921, com a participação de 605 delegados (de 52 países) sendo: 48 partidos comunistas, 8 partidos socialistas, 28 uniões de juventude, 4 organizações sindicalistas e outras organizações.
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Na pauta do Congresso constavam, entre outros pontos: a crise econômica mundial; novas tarefas para a Internacional Comunista; a situação do Partido Comunista Operário da Alemanha; a questão italiana; as táticas da Internacional; a luta contra a Internacional de Amsterdã; o movimento da juventude comunista internacional e o movimento feminino.
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Durante todo o Congresso, Lenin precisou travar uma luta constante contra o ‘esquerdismo’ e os discursos esquerdistas que predominavam em algumas delegações. Saiu vitorioso em todos os debates, fazendo o Congresso manter uma linha marxista e revolucionária.
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O IV Congresso foi realizado entre 5 de novembro e 5 de dezembro de 1922. O principal ponto do Congresso foi a apresentação, por Lenin, do relatório “Cinco Anos da Revolução Russa e a Perspectiva da Revolução Mundial”. O documento acabou servindo de base para as discussões e encaminhamentos aprovados. 
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Foram aprovadas as teses sobre: “Frente Operária Única”; “Tática da Internacional Comunista”; “Tarefas dos Comunistas no Movimento Sindical”; “A Questão Oriental”; “A Internacional Comunista da Juventude”, entre outras.
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No dia 16 de dezembro de 1922, o estado de saúde de Lenin se agravou. A doença progredia e, em poucos dias, começou a perder os movimentos nos braços e nas pernas. Consciente das dificuldades e de que seu estado era grave, passou a ditar uma série de cartas sobre assuntos que considerava muito importantes: as vias da construção do socialismo na Rússia; sobre o Partido; perspectivas do movimento operário internacional.  
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A Internacional Comunista, ao contrário do que muitos pensam, não teve vida curta. Durou de 1919 a 1943 quando uma Assembleia do Comitê Executivo Internacional decidiu, por unanimidade, dissolver a Internacional por considerar que as condições de luta tinham mudado e que era impossível dirigir o movimento comunista internacional a partir de apenas um centro de decisões.
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VIVA A INTERNACIONAL COMUNISTA!

A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA É INTERNACIONAL!
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